A crise é geral, o plano tem de ser geral!

Por Ricardo Florêncio

Em Março, a larga maioria das empresas apresentava uma situação estável, equilibrada, pelo que tinha oxigénio, reservas para fazer face ao primeiro embate. Hoje, o panorama é completamente diferente. Já não há reservas, pois foram todas consumidas nestes últimos meses. E as que há, são fruto de empréstimos, que os empresários sabem que, mais tarde ou mais cedo, com mais moratória, menos moratória, terão de pagar. Agora, é preciso um novo esforço. E as empresas, já de si descapitalizadas, terão de pedir novos empréstimos para passar mais esta fase. Algumas já não têm condições para o fazer, noutros casos os empresários questionam-se se valerá a pena pedir, ou se terão interesse, confiança, para os solicitar. Esta é a situação actual. E é geral. Poderá haver sectores mais visíveis, que estejam a ser mais mediatizados. Mas não tenhamos dúvidas nenhumas que é geral, transversal a todos os sectores de actividade, pois esta situação impacta tudo e todos, já que estão todos correlacionados.

O plano tem de ser geral e global, que abranja todos os sectores de actividade, da indústria aos serviços, da produção à distribuição, pois valerá de pouco estar a tentar salvar alguns deles, se depois todos os outros não tiverem condições para continuar a funcionar. Assim, permitam-me voltar a repetir o que tenho insistido neste espaço – sem empresas não há economia, não há produção de riqueza, não há emprego!!!

Editorial publicado na revista Executive Digest nº 176 de Novembro de 2020