Digitalização na educação: Há investimento. E agora?

Por Felippe Siqueira CEO e Co-Founder da WEDOIT

Não é preciso ser grande entendedor para perceber que a digitalização é uma realidade cada vez mais presente no nosso dia-a-dia. Mas será que a educação está preparada para lidar com este desafio? Não basta distribuir computadores e tablets, é preciso garantir a segurança dos alunos e dos dados institucionais. Há que repensar a educação e investir em infraestruturas robustas e seguras, mas também em metodologias inovadoras e eficazes para preparar os alunos para um mundo cada vez mais digital.

Muitos países já estão a implementar soluções de digitalização na educação nas suas escolas e universidades, com o objetivo de melhorar a qualidade da educação e preparar os alunos para o mundo digital. Por exemplo, a Finlândia é conhecida por ter um dos melhores sistemas educacionais do mundo, promovendo a adoção de tecnologias digitais nas escolas, como a utilização de laptops e tablets para todos os alunos. No Brasil, o governo federal tem desenvolvido programas para levar tecnologia às escolas, enquanto na Índia o governo tem investido em tecnologia educacional, incluindo a distribuição de tablets para alunos de escolas públicas.

Não por acaso, Portugal tem feito investimentos significativos nos últimos anos, neste campo, com o intuito de melhorar a conectividade e o acesso à tecnologia nas escolas. Recordo que, só no território continental, foram entregues 600 mil computadores a alunos e adquiridos 20 mil novos equipamentos de projeção nas salas de aula. Tudo isto, no âmbito dos investimentos realizados por via do PRR na transição digital na educação, conforme indica o portal Recuperar Portugal.

Atualmente, são também diversos os investimentos programados no PRR em matéria de transição digital para o setor da educação. O PRR prevê investimentos em 150 milhões de euros para melhorar a infraestrutura de internet e distribuir computadores e dispositivos móveis para alunos e professores, 200 milhões de euros para modernizar as infraestruturas das escolas com equipamentos tecnológicos e espaços educativos digitais, 500 milhões de euros para adquirir equipamentos adequados e aumentar a conectividade da internet, além de investimentos específicos na Madeira e nos Açores para acelerar a digitalização da educação.

Contas feitas, a digitalização das infraestruturas nas escolas pode trazer benefícios diversos que vão desde uma clara melhoria da qualidade do ensino ao aumento da eficiência, passando pela preparação para o futuro, por um maior envolvimento dos alunos e por uma comunicação ainda mais eficaz. Nesse sentido, torna-se determinante assegurar que os municípios portugueses optam pela continuação de todos os seus investimentos nesta área, num caminho que deve ser percorrido sempre lado a lado com um parceiro tecnológico confiável e com provas dadas para ajudar.

Ou seja, o investimento existe e está previsto. E agora?

Atenção que, ao longo de todo o processo de digitalização e transformação digital, existem ameaças que não podem e nem devem ser menosprezadas. Não podemos e nem devemos focar apenas na vertente de inovação, sem priorizar a segurança…. vital por ser, também ela, uma chave do sucesso.

Seja em entidades publicas ou privadas do sector da educação, de maior ou menor dimensão, a segurança digital é assim um serviço a ter em conta na mesma medida que o é também a instalação e manutenção de uma rede de internet de alta velocidade ou aquisição de hardware e software. O parceiro tecnológico certo deve, desde logo, ter a capacidade de se focar na implementação de medidas de cibersegurança, incluindo antivírus, firewall e software de filtragem, para proteger os dispositivos, a rede e os alunos contra ameaças.

A proteção dos alunos durante o processo de digitalização nas infraestruturas de educação pode ser alcançada através de uma combinação de medidas, incluindo a proteção de informações pessoais, a implementação de medidas de cibersegurança, a educação dos estudantes, o estabelecimento de políticas claras de uso de tecnologia e a monitorização do uso dessa tecnologia.

A digitalização das infraestruturas nas escolas é uma realidade cada vez mais importante, não só em Portugal, mas em todo o mundo. É essencial investir em infraestruturas robustas para garantir que os alunos tenham acesso à tecnologia e possam receber um ensino de qualidade. No entanto, se não existir uma rede de comunicação robusta e acessível por todas as escolas do país, o esforço de digitalização acabará por se tornar muito pouco efetivo.

É necessário que as entidades educacionais sejam mais críticas em relação a este tema e tomem medidas proativas para garantir a proteção adequada dos seus alunos e dados institucionais.  Mas tão, ou mais importante é que haja uma mudança na forma de ensinar e aprender, com a adoção de metodologias ativas de ensino, que incentivem a participação dos alunos e garantam a formação adequada dos professores para o uso das tecnologias e a implementação dessas novas metodologias.

 

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