Cidades preparadas para o futuro: um horizonte de inovação e colaboração

Por Bruno Azula, Sales Manager Spain & Portugal, Axis Communications

Num mundo em constante mudança, onde mais de metade da população já reside em áreas urbanas, é essencial construir cidades preparadas para o futuro. Isto é tanto mais relevante se tivermos em conta as previsões da OCDE, que dizem que 70% da população mundial viverá em cidades em 2050 – e que o vertiginoso crescimento urbano apresenta desafios consideráveis de gestão, planificação e sustentabilidade. É neste contexto que surgem as cidades inteligentes, com a ambiciosa missão de melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes através da digitalização – um conceito que passou a ser urgente na agenda global.

Assim, para que as cidades em todo o mundo evoluam para ambientes mais dinâmicos, seguros e sustentáveis, destaca-se a importância de adotarem uma visão e estratégia centradas na inovação e na utilização inteligente da tecnologia e de dados. A segurança, a mobilidade sustentável e a proteção do ambiente não são simplesmente conceitos, mas sim desafios a ter em conta no contexto atual.

Utilizar a tecnologia em prol do ambiente

Em Portugal, tal como em muitas outras nações europeias, têm sido adotadas medidas para melhorar a qualidade do ar e reduzir a pegada ambiental. Alguns exemplos são a implementação de sensores ambientais que medem a qualidade do ar e que, juntamente com sistemas de videovigilância, podem detetar problemas precocemente e tomar medidas corretivas. Os dados recolhidos por estes sensores também podem ser analisados de forma a planear iniciativas a longo prazo para reduzir o impacto da poluição e do ruído, resultando numa melhoria global da saúde ambiental das cidades.

A videovigilância pode também desempenhar um papel relevante na gestão de resíduos, mostrando se estes são tratados e recolhidos de acordo com as regulamentações locais, ou monitorizando e dissuadindo o despejo ilegal ou o vandalismo, evitando assim um impacto negativo no ambiente. Também é possível equipar os contentores de resíduos orgânicos, papel e embalagens com GPS, para melhorar a eficiência e gestão da sua recolha.

Por outro lado, no que diz respeito à preparação para fenómenos meteorológicos, a videovigilância pode ser crucial, tanto na prevenção como na resposta. Esta tecnologia permite monitorizar as condições meteorológicas e o movimento da população de uma cidade em tempo real e, através de sistemas de comunicação audiovisual, emitir avisos e instruções antecipadas, para preparar as pessoas para possíveis catástrofes. No rescaldo de uma catástrofe natural, a videovigilância também pode ser de grande ajuda nas operações de salvamento e socorro.

Colaboração e inovação tecnológica

Nesta viagem para um futuro urbano mais inteligente e seguro, a colaboração entre setores e a inovação tecnológica são fatores cruciais. A colaboração e as parcerias com empresas tecnológicas são fundamentais para impulsionar a mudança, desde a otimização dos transportes públicos à gestão de resíduos.

Não há qualquer dúvida que de a digitalização está no centro desta transformação, e que os dados vão ser absolutamente cruciais para cidades que se querem preparadas para o futuro. Tirar partido do seu poder para tomar decisões informadas é uma uma tendência que está a ganhar terreno nas cidades, que implementam soluções de análise de dados para resolver problemas urbanos, desde o trânsito ao planeamento de infraestruturas.

A cibersegurança como um grande desafio

No entanto, nem tudo é fácil – continuam a existir desafios, e a cibersegurança, em particular, surge como uma área de preocupação. Existe uma lacuna entre a perceção que a administração pública e a população têm quanto à preparação para ciberataques: os gestores municipais consideram-se bem preparados, mas os cidadãos não. Neste contexto, Portugal, bem como os outros países, deve dar prioridade à cibersegurança para proteger as infraestruturas e garantir a confiança dos cidadãos na tecnologia existente e emergente.

Em suma, é necessário que cada país elabore um roteiro perspicaz para construir cidades preparadas para o futuro, especialmente as de maiores dimensões. A colaboração, a inovação tecnológica, os dados e sua análise são elementos fundamentais para esta transformação, que nos levará a um futuro urbano mais inteligente, mais seguro e mais sustentável – e o momento para começar é agora!

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