A importância do networking para empreendedores
Por Cíntia Costa, Communications Manager na 351 Associação Portuguesa de Startups
Na vida, e nomeadamente no contexto profissional, não há dúvida de que muitas oportunidades surgem pelo facto de se conhecer as pessoas certas. Quando alguém se aventura numa jornada de empreendedorismo, isto não deixa de ser verdade e passa, até, a ser ainda mais crítico.
Aproveitando da melhor forma os benefícios de obter (e manter) uma rede diversificada de contactos, é possível abrir portas a novas parcerias e contratações, desbloquear serviços, esclarecer dúvidas, perceber as vantagens de diversos players do ecossistema e chegar mais facilmente a investidores. Exemplos concretos podem passar por estabelecer parcerias com startups do mesmo setor (ou complementares), recorrer a apoio especializado para esclarecer uma questão jurídica ou contabilística, obter mentoria por parte de fundadores mais experientes e participar em programas de aceleração ou eventos recomendados por pessoas da área.
Existem várias formas de networking que podem ajudar os empreendedores a manterem-se envolvidos e ativos na comunidade, e a partilharem conhecimento e experiências: espaços de coworking, meetups, talks, eventos, grupos de social media, entre outros. Uma boa rede de contactos pode ser a chave para levar os empreendedores a superarem desafios comuns, permitindo recorrer a diferentes pessoas para diversas áreas e chegar de forma mais ágil aos recursos necessários (quer sejam talento, financiamento, etc.). Ter algum apoio e direção pode evitar até alguns erros no processo, mas haverá inevitavelmente momentos mais difíceis de gerir, em termos logísticos e emocionais: e é aí que volta a ser fundamental esta rede de suporte.
Construir e manter uma rede de contactos proveitosa tem, por si só, as suas especificidades e desafios. Até porque não é suficiente conhecer as pessoas uma única vez e adicioná-las à lista de contactos. Há que manter a ligação e mostrar utilidade ao longo do tempo. No networking, é assim que funciona: antes de receber, há que oferecer. A ideia é criar uma espécie de reciprocidade, ajudando alguém que eventualmente no futuro também vai querer retribuir e ser, de certa forma, um embaixador da marca. Contribuir para resolver um problema de outra pessoa, por exemplo, pode ser uma boa forma de mostrar capacidade, proatividade e, ainda, ser prestável numa área específica. Outra hipótese passa por causar uma boa e duradoura primeira impressão; para isso, trabalhar no pitch é fundamental.
Especialmente num meio pequeno como Portugal, a vertente de networking associada ao empreendedorismo é fundamental e pode abrir portas para muitas oportunidades estratégicas, ajudando a alcançar os objetivos de forma mais fácil e rápida. Estabelecer uma nova parceria frutífera ou conseguir mais clientes pode depender de estar com a pessoa certa à hora certa.
Fazer o caminho sozinho é possível, mas é difícil e não é aconselhável. Ter uma rede de apoio é uma mais-valia para qualquer pessoa, permitindo desbloquear muitos impasses e alavancar o crescimento dos negócios – principalmente quando falamos em startups. Quanto maior e/ou mais sólida for esta rede, maiores serão as possibilidades de sucesso pessoal e profissional.