Zelensky protege Kiev no aniversário do massacre de Bucha para evitar outro massacre russo

A Rússia terá sido responsável por mais de 1.400 civis assassinados – incluindo 37 crianças – e mais de 9 mil crimes de guerra durante o mês de ocupação da cidade ucraniana de Bucha, na região de Kiev, naquele se tornou um dos principais símbolos do horror da invasão russa e uma lembrança para todos os ucranianos de que os massacres podem repetir-se se a guerra não terminar.

“Kiev continua a ser alvo de Putin”, alertou no passado domingo Vitali Klitschko, autarca da capital ucraniana, garantindo no entanto que a cidade “está muito mais bem preparada do que há dois anos”, quando as tropas de Putin falharam na sua tentativa de tomar Liev. “Se Putin tomar esta decisão de tentar tomar Kiev novamente, será uma decisão sangrenta”, garantiu Klitschko, em declarações ao jornal alemão ‘Bild’.

Kiev é a cidade mais bem protegida do país, com mísseis antiaéreos e sistemas Patriot. No entanto, os recentes ataques de Moscovo à capital com mísseis balísticos e a ameaça russa de aumentar o número de bombardeamentos contra civis levaram as autoridades a reforçar a segurança na cidade. “Instalámos linhas defensivas: dentes de dragão, fossos antitanque e outras barreiras não explosivas. Foram instaladas quase 10 mil pirâmides de betão e construída uma vala antitanque”, avançou o chefe da Administração Militar da região de Kiev, Ruslan Kravchenko.

O objetivo, explicou, é construir linhas defensivas e estabelecer um sistema eficaz de barreiras “para que os habitantes da região de Kiev se sintam tão seguros quanto possível”.

Além dos ataques recentes, houve também detenções de agentes do Serviço Federal de Segurança Russo (FSB) que preparavam ataques com mísseis contra a torre de televisão de Kiev e unidades do Estado-Maior General das Forças Armadas, bem como contra infraestruturas energéticas na capital ucraniana.

A construção de novas fortificações na região de Kiev deveu-se a uma ordem dada pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no outono passado, quando a Rússia voltou a tomar a iniciativa na guerra quando a contraofensiva ucraniana se esgotou sem obter os resultados esperados. Para a construção, o primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmigal, anunciou no início do ano uma dotação de quase 500 milhões de dólares.

No passado dia 11, Zelensky anunciou que a Ucrânia está a avançar na construção de novas fortificações em três linhas diferentes ao longo dos 2 mil quilómetros da linha da frente, que inclui zonas fronteiriças com a Federação Russa.

Zelensky esteve em Bucha para prestar homenagem no 2º aniversário da retirada de tropas russas da região de Kiev

Para comemorar a retirada das tropas russas da região de Kiev, Zelensky esteve no passado domingo em Bucha para homenagear as vítimas. Um crime de guerra que o Kremlin continua a rejeitar e até a condenar a penas de prisão os cidadãos que na altura denunciaram este massacre nas redes sociais por espalharem “notícias falsas” contra as Forças Armadas russas.

“Que o mundo inteiro nunca esqueça o preço desta batalha e o mal que estamos a deter aqui, na nossa terra”, indicou Zelensky. “Quando os soldados ucranianos ‘expulsaram a Rússia de Bucha, de Irpin, de Borodianka, de toda a região de Kiev, e depois da região de Sumi, da região de Chernikov, todos puderam ver que estas foram vitórias não apenas da coragem e das armas ucranianas, mas também da moralidade humana”, salientou.

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