Zelensky desafia Trump a apresentar detalhes do “acordo justo” para a paz na Ucrânia: ex-presidente americano reforça que seria capaz de travar o conflito “em 24 horas”

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, instou o antigo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a partilhar detalhes do “acordo justo” que prometeu mediar entre a Ucrânia e a Rússia se for reeleito para a Casa Branca em 2024.

Trump, em entrevista à ‘NBC News’, afirmou que, se fosse presidente, seria capaz de encontrar um fim para o conflito, chegando a um “acordo justo para todos” os envolvidos. Na resposta, em entrevista à ‘CNN’, o responsável ucraniano frisou que “em primeiro lugar, não vejo quaisquer detalhes nisto”. “É claro que temos mais um ano antes das eleições. Se ele tiver algumas ideias inteligentes, poderá partilhá-las connosco, claro. Precisamos de uma posição forte, obviamente.”

“Trump pode partilhar publicamente a sua ideia agora, não perder tempo, não perder pessoas, e dizer: ‘A minha fórmula é parar a guerra e parar toda esta tragédia e parar a agressão russa'”, continuou Zelensky, reforçando: “Mas se a ideia é como tomar parte do nosso território e entregá-la a Putin, essa não é a fórmula de paz”, garantiu.

Recorde-se que Donald Trump afirmou, em diversas ocasiões, que poderia acabar a guerra na Ucrânia “em 24 horas”, garantindo que Putin nunca teria lançado a invasão se ainda estivesse na Casa Branca: na entrevista, o ex-presidente foi pressionado a responder se iria permitir que Putin mantivesse o território anexado ilegalmente, para cessar os combates entre os dois lados mas Trump negou que isso fizesse parte do seu plano.

Questionado se um acordo justo também significaria “uma vitória para Putin”, o mais que provável candidato republicano à corrida presidencial nos Estados Unidos salientou que isso “era algo que poderia ter sido negociado”.

“Porque havia certas partes, a Crimeia e outras partes do país, que muitas pessoas esperavam que pudesse acontecer”, referiu Trump. “Poderia ter-se feito um acordo. Poderia ter-se feito um acordo que envolvesse menos território agora do que o já ocupado pela Rússia.”

Volodymyr Zelensky já prometeu que a guerra não pode terminar sem que a Crimeia, anexada por Putin em 2014, seja devolvida a Kiev. Nem a Rússia nem a Ucrânia mostraram-se prontas para discutir um tratado de paz tão cedo, sendo que o presidente russo já sugeriu que está pronto para uma longa guerra na Ucrânia.

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