Washington denuncia “escalada nuclear” do Irão e sanciona setor petrolífero

Os Estados Unidos denunciaram hoje a “escalada nuclear” do Irão e anunciaram sanções em reação, que visam afetar o setor petrolífero iraniano, em vésperas de eleições presidenciais no país do Médio Oriente.

Os iranianos votam hoje para substituir o falecido presidente Ebrahim Raïssi, que morreu num acidente de helicóptero em maio.

“Durante o mês passado, o Irão anunciou medidas para expandir o seu programa nuclear de uma forma que não tem nenhum objetivo pacífico credível”, frisou o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, citado num comunicado.

“As medidas tomadas pelo Irão para aumentar a sua capacidade de enriquecimento são ainda mais preocupantes dado que o Irão continua a não cooperar com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atómica)”, acrescentou.

Blinken apontou ainda que declarações de “funcionários iranianos sugerem que a doutrina nuclear do Irão pode ser modificada.

As sanções, adotadas “em resposta à escalada nuclear de Teerão”, visam três companhias marítimas dos Emirados Árabes Unidos que transportam petróleo e produtos petroquímicos iranianos, de acordo com o comunicado.

Visam também 11 navios associados a estas três empresas, noticiou a agência France-Presse (AFP).

As três companhias marítimas envolvidas são Sea Route Ship Management, Almanac Ship Management e Al Anchor Ship Management.

A AIEA afirmou recentemente que o Irão continua a aumentar as suas capacidades nucleares, enriquecendo urânio até ao elevado nível de 60% – muito próximo do grau de armamento – enquanto continua a acumular grandes reservas de urânio.

Os Estados Unidos e as potências ocidentais temem que Teerão esteja a tentar desenvolver uma arma nuclear, o que o Irão nega.

Washington impôs na terça-feira sanções económicas a uma rede bancária paralela ligada ao regime islâmico do Irão, destinadas a contornar sanções e fornecer acesso ao sistema bancário internacional.

Estas sanções significam que estas entidades já não estão autorizadas a realizar transações financeiras com os Estados Unidos e que os seus possíveis ativos são congelados.

Ler Mais