Vulnerabilidades de crédito de Portugal relacionadas com a pandemia parecem estar a diminuir, diz DBRS Morningstar
A agência de rating DBRS Morningstar analisou algumas métricas relacionadas com a evolução de insolvências em Portugal desde 2007 até agora e, a 25 de fevereiro, alterou a tendência do país para Positiva e manteve o rating BBB (elevado).
Esta tendência positiva relativamente ao rating de longo prazo é uma reflexão da avaliação da DBRS Morningstar de que as vulnerabilidades de crédito de Portugal relacionadas com a pandemia parecem estar a diminuir, enquanto as perspetivas macroeconómicas estão a melhorar.
A pandemia causou um grande choque económico para Portugal e levou a uma contração do PIB de 8,4% em 2020, mas, apesar disso, a economia já começou a recuperar em 2021 e a agência de rating prevê que esta volte aos níveis pré-pandemia no segundo trimestre de 2022, não esperando que existam danos económicos graves de longo prazo.
Perante a estabilidade política que Portugal enfrenta, depois da maioria absoluta das eleições de janeiro de 2022, perante uma população com as taxas de vacinação mais elevadas na Europa e com transferências por parte da UE que pretendem aumentar a capacidade de produtividade da economia, as perspetivas de crescimento para Portugal para os próximos anos parecem robustas.
Relativamente às empresas, o número de negócios ativos em Portugal tem sido estável no período de 2007 a 2020, sendo que em 2020 o número médio de empresas ativas era de 0,4 milhões.
As declarações de novas insolvências de empresas em Portugal atingiram um pico entre 2012 e 2013 devido à crise financeira global e eram de cerca de 4.500 casos por trimestre. No entanto, desde este pico que têm vindo a diminuir de forma estável e no segundo trimestre de 2021, Portugal registou cerca de 2.500 novas declarações de insolvência, segundo a DBRS Morningstar.
O Governo de Portugal colocou em vigor várias medidas para apoiar a continuidade dos negócios que estiveram muito expostas aos efeitos da pandemia. Dois exemplos dessas medidas foram as garantias do Estado, que apoiaram os trabalhadores e a normalização do negócio para pequenas e médias empresas, e o Processo Extraordinário de Viabilização de Empresas, ou PEVE, um mecanismo temporário de apoio.
A agência de rating concluiu que a duração média de resolução de um processo de insolvência em Portugal diminuiu inicialmente durante o período entre 2007 e 2013, estando nessa altura nos 44 meses, mas a partir daí subiu de forma estável para o máximo recorde recente de 74 meses, o que representa um aumento de 68%.