Visita a Taiwan: China anuncia sanções a Nancy Pelosi e família

A China disse anunciou que iria adotar sanções contra a presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, depois de esta ter desafiado Pequim ao se tornar a política norte-americana de mais alto escalão a visitar Taiwan em 25 anos.

Segundo a ‘Bloomberg’, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China anunciou as medidas, que abrangem Pelosi e os seus familiares mais próximos, num comunicado divulgado esta sexta-feira.

Pelosi é a mais alta autoridade dos EUA a enfrentar penalidades chinesas. No ano passado, Pequim sancionou o ex-secretário de Estado dos EUA Michael Pompeo, que pediu que Taiwan fosse reconhecida como uma “nação livre e soberana”.

A China disse que a posição de Pelosi como segunda na linha de sucessão presidencial tornou a sua viagem altamente sensível e mostrou-se repetidamente contra a visita, que acabou mesmo por acontecer, levando às sanções.

Por outro lado, Pelosi classificou hoje como “ridículo” que a sua visita a Taiwan possa prejudicar a ilha e assegurou que o objetivo é manter o ‘status quo’ internacional.

“A nossa delegação não procura alterar o ‘status quo’ na Ásia ou Taiwan”, disse Nancy Pelosi, durante uma conferência de imprensa na embaixada dos EUA na capital japonesa, Tóquio, a última paragem numa digressão asiática.

“Isso é ridículo”, disse a responsável quando questionada sobre críticas de que a sua visita a Taiwan teria feito mais mal do que bem para o território, ao desencadear maciços exercícios militares chineses em redor da ilha e retaliação económica.

A veterana política norte-americana disse que a China utilizou simplesmente a visita “como desculpa” para uma demonstração de força, e afirmou que a intenção da viagem era sempre “mostrar respeito para com os países” visitados, “ter paz no Estreito de Taiwan” e “fazer prevalecer o atual ‘status quo’”.

China em manobras militares em Taiwan

Isto acontece numa altura em que as manobras militares da China com fogo real nas imediações de Taiwan, na sequência da visita de Pelosi à ilha, entraram hoje no segundo dia.

De acordo com a agência de notícias Efe, as atenções estão viradas para dois porta-aviões da marinha chinesa, o Liaoning e o Shandong, que, apesar de ainda não terem sido avistados a participar nos exercícios, já não se encontram nos portos de origem.

Os exercícios de quinta-feira, que levaram ao encerramento do espaço aéreo e marítimo em seis áreas à volta da ilha, incluíram a prática de tiro ao alvo com artilharia de longo alcance, com “múltiplos tipos de mísseis convencionais”, bem como a mobilização aérea de dezenas de aviões militares, incluindo caças e bombardeiros.

Trata-se da primeira vez que são levados a cabo lançamentos do género nas proximidades de Taiwan, desde a Terceira Crise do Estreito de Taiwan, entre 1995 e 1997, uma das três graves crises militares nesta área geográfica, após os nacionalistas do Kuomintang se terem retirado para a ilha em 1949, depois de perderem a guerra civil contra os comunistas de Mao Zedong.

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