Violência e tumultos em Lisboa: Motoristas de autocarros “não se recusam a ir aos bairros”, mas exigem “condições de segurança”
O Governo português confirmou que haverá um reforço de segurança nos autocarros que operam nos bairros da Grande Lisboa afetados por atos de violência nas últimas noites. Contudo, não especificou ainda de que forma esse reforço será implementado. Apesar das preocupações dos motoristas, os sindicatos garantem que não houve qualquer recusa de serviço por parte destes profissionais.
As preocupações com a segurança foram confirmadas por dirigentes da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) à CNN Portugal. Os motoristas da Carris Metropolitana, que têm operado em zonas onde ocorreram incidentes violentos, estão apreensivos quanto às suas condições de trabalho, mas continuam a desempenhar as suas funções.
Anabela Carvalheira, dirigente da Fectrans, esclareceu que, embora os trabalhadores exijam melhorias nas condições de segurança, não têm recusado prestar serviço nas áreas afetadas. “Os trabalhadores têm exigido condições de segurança, mas não se recusam a ir aos bairros”, afirmou. A dirigente sublinhou ainda que os motoristas não querem prejudicar os residentes desses bairros que não estão envolvidos nos atos de violência.
Carvalheira defendeu que uma das possíveis soluções para garantir a segurança dos motoristas passaria por as empresas pagarem gratificados à polícia para que esta acompanhe as carreiras em horários de maior risco. Esta medida, segundo a responsável, seria uma forma de proteger os trabalhadores e evitar novos incidentes.
José Manuel Oliveira, coordenador da Fectrans, reforçou a necessidade de medidas concretas para salvaguardar os motoristas. “O que nós dizemos é que o Governo e as empresas têm de tomar as medidas para salvaguardar os trabalhadores, até porque há trabalhadores que têm colocado este tema”, salientou.
O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, garantiu esta terça-feira que o Estado português está a mobilizar todos os meios disponíveis para garantir a segurança das pessoas, incluindo nas zonas mais afetadas pelos recentes episódios de violência. “Todos os meios que o Estado português dispõe para garantir a segurança das pessoas, não só nos bairros, vão estar disponíveis”, declarou o ministro. Leitão Amaro confirmou ainda que será implementado um reforço de segurança nos autocarros, mas sem avançar com detalhes sobre como esse reforço será concretizado.