ViniPortugal espera subida de 10% do valor das exportações para o Brasil em 2024

As exportações de vinhos portugueses para o Brasil devem crescer 5% em volume e 10% em valor em 2024, disse em entrevista à Lusa o presidente da ViniPortugal, Frederico Falcão.

O Brasil é um mercado “muito importante em termos de vendas de vinhos, proporcionalmente, é um dos mercados onde nós mais investimos. É o segundo mercado onde mais investimos”, apontou Falcão.

No Brasil, “crescemos 3,9% no ano passado. Este ano espero crescer pelo menos 5% em volume (…) em valor exportamos para o Brasil 76,3 milhões de euros, foi um crescimento próximo dos 9% [em 2023]. Em valor, o crescimento deste ano é capaz de ser um bocadinho acima disto. Ou seja, isto está perto dos 9%, a expectativa é crescer a 10%”, salientou o presidente da ViniPortugal.

“Também é importante referir que o Brasil em 2023 tornou-se o maior mercado dos vinhos portugueses, se não considerarmos o vinho do Porto, ou seja, se olharmos para as nossas exportações e retirarmos o vinho do Porto, o Brasil passou a ser o nosso principal mercado de exportação em 2023”, acrescentou.

Questionado sobre a posição de Portugal no mercado brasileiro de importação de vinhos, Falcão disse que o país tem cerca de 16% do mercado e avaliou que, apesar dos dados registados em 2023, o país ainda está em terceiro lugar entre os maiores exportações de vinhos para o país sul-americano, atrás da Argentina e do Chile, respetivamente.

“Nós temos dados um pouco contraditórios das alfândegas e outros estudos de mercado, mas estamos convencidos que nós não ultrapassamos ainda a Argentina em volume. Nós crescemos muito em volume nas nossas exportações para o Brasil e a Argentina caiu muito, aliás o Chile e a Argentina, que são os dois principais vinhos a vender no Brasil, caíram no mercado e Portugal subiu bastante”, afirmou.

“Embora haja aqui, como eu já referi, alguns dados contraditórios, porque os dados que as alfândegas publicaram apontam Portugal como número 2, mas eu tenho algumas dúvidas. Estou convencido que pode haver ali algum número que não está correto. Estou convencido que estamos abaixo, mas já muito próximos da Argentina”, acrescentou.

O representante da ViniPortugal espera que as importações brasileiras de vinhos portugueses cresçam e ultrapassem em vendas os vinhos argentinos nesse ano.

“Essa é claramente uma esperança”, referiu, acrescentando que esperava que aquela situação tivesse sido em 2023. “Não aconteceu em 2023, mas estou com forte esperança que em 2024 consigamos ultrapassar a Argentina”, frisou.

O presidente da ViniPortugal iniciou hoje um ‘roadshow’ por duas cidades brasileiras cujo objetivo passa por identificar novas oportunidades de negócio para os produtores, com e sem distribuição no Brasil.

A iniciativa vai passar por Florianópolis e por Curitiba. Além disso, sendo o Brasil um dos mercados mais importantes para os vinhos portugueses, a ViniPortugal vai estar presente na APAS Show, organizada pela Associação Paulista de Supermercados, sendo reconhecida como “a maior feira de alimentos e bebidas das Américas”. O evento realiza-se entre os dias 13 e 16 de maio, em São Paulo.

Em junho, a ViniPortugal participa de eventos que patrocina no Brasil em parceria com as organizações Globo, o jornal Valor Económico e o Jornal Público em Portugal, que se chama Vinhos de Portugal no Brasil.

“São dois eventos. Uma primeira parte realiza-se no Rio de Janeiro, isto é no início de junho, entre os dias 07, 08 e 09, e do outro evento, no fim da semana seguinte, em São Paulo. Portanto, são eventos muito grandes, mais vocacionados, mais direcionados para o consumidor”, destacou Falcão.

“São muitos rótulos, muitos produtores, ou seja, estes eventos do Globo e o Público vão ser os maiores de sempre, em termos de produtores que vão conhecer as ações e em termos de expectativa de público que vai às ações. E há sempre muitos produtores novos, porque participam produtores de todas as regiões vinícolas de Portugal (…) há [também] produtores que já costumam ir ao Brasil, mas irão desta vez com novos rótulos, com novos produtos”, concluiu.

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