Pior colheita em 62 anos: Produção global de vinho atinge mínimos históricos e a culpa é das alterações climáticas

O ano de 2023 fica para a história como um dos piores das últimas décadas no que respeita à produção de vinho, sendo que atingiu valores mínimos recorde, indica um novo relatório da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV).

De acordo com o organismo intergovernamental com 50 estados membros, representando 75% da área vinícola mundial, a produção de vinho atingiu o nível mais baixo desde 1962, ou seja, 2023 foi o pior ano dos últimos 62 no que respeita à produção vinícola.

Os especialistas da OIV apontam como causas as “condições ambientais extremas” decorrentes das alterações climáticas, nomeando as ondas de calor, secas e incêndios que devastaram boa parte do globo, incluindo regiões produtoras de vinha e vinho, o que tem vindo a explicar a tendência decrescente de produção.

Não são as únicas causas apontadas mas, indica o relatório é o maior obstáculo que o setor enfrenta, e as perspetivas para este ano não são boas: aliás, as estimativas da OIV são ainda piores do que as previsões de novembro.

Segundo as contas da organização, a produção de vinho diminuiu 10% em 2023 na União Europeia, para o segundo valor mais baixo desde o início do século.

Para além das secas, destaca o relatório que alguns países produtores sofreram primavera chuvosa, causando inundações, fungos, danos e perdas nas vinhas, também devastadoras.

A Itália foi um dos países que mais sofreu, com uma queda de 23% na produção. A Alemanha registou uma redução de 3,8%, a Hungria de 2,1% e a Áustria de 6,5%.

Espanha é outro dos destaques negativos: registou a produção mais baixa desde 1995, com uma queda de 20% face a 2022, e 25,7% abaixo da média dos últimos 5 anos.

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