Vila Galé suspende resort que ameaçava reserva indígena

Está suspenso o empreendimento turístico que o Grupo Vila Galé preparava no litoral do estado brasileiro da Bahia. Depois de, no final de Outubro, saírem notícias dando conta de que o resort ameaçava uma reserva indígena, o grupo português decidiu colocar um travão na construção. Não se trata, porém, do cancelamento por completo do projecto, segundo sublinha o jornal Expresso.

O resort de 500 quartos está suspenso até que todas as dúvidas sejam esclarecidas. Recorde-se que em causa está um território onde vivem cerca de seis mil indígenas da comunidade tupinambá de Olivença e que não serão claros os limites da reserva.

«Não há qualquer obra iniciada. Este é um processo que ainda se encontra em curso e não houve até à data qualquer pronunciamento das entidades competentes sobre esta questão, que carece de portaria do ministro da Justiça e de homologação por decreto presidencial», indica fonte oficial do Grupo Vila Galé à mesma publicação, acrescentando que a interrupção da operação já tinha sido decidida em Abril.

Contudo, apesar de o grupo referir que faltam passos legislativos neste processo, as lideranças indígenas envolvidas receberam na semana passada um despacho do gabinete do ministro da Justiça, datado de 11 de Novembro. No documento, a que o Expresso teve acesso, lê-se que “em vista das recentes decisões favoráveis à continuidade do procedimento administrativo de demarcação, cumpre informar que a actual gestão desta directoria avalia os trâmites necessários para dar-lhe efectividade”. Isto significa que o território deverá pertencer oficialmente, em breve, à comunidade indígena que lá vive.

O Grupo Vila Galé, por seu turno, garante que “não há vestígios da existência de indígenas a residir na zona”, colocando em causa uma extensa investigação liderada pela antropóloga portuguesa Susana Viegas e que diz precisamente o contrário.






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