Vigilância à companheira e cooperação com autoridades espanholas e marroquinas. Como é que Fábio Loureiro foi ‘apanhado’ após fugir de Vale de Judeus?

Fábio Loureiro, conhecido como Fábio “Cigano”, foi detido no passado domingo à noite em Tânger, Marrocos, após uma operação minuciosa de vigilância conduzida pela Polícia Judiciária (PJ). A detenção do fugitivo ocorreu por volta das 22h00, resultado de uma complexa investigação que envolveu a monitorização contínua de 24 horas à sua companheira, permitindo às autoridades portuguesas segui-la até ao ponto de encontro com o evadido.

Loureiro, um dos cinco prisioneiros que fugiram da cadeia de Vale de Judeus no início de setembro, é natural do Algarve e era considerado um dos criminosos mais procurados do sul do país, envolvido em atividades de tráfico de droga e crimes violentos. No momento da sua captura, o criminoso deslocava-se numa carrinha de nove lugares em Tânger, acompanhado por um cúmplice que o ajudava na fuga. A carrinha já havia passado por várias localidades em Espanha, incluindo Sevilha, antes de atravessar para Marrocos de barco. A detenção foi possível graças à cooperação internacional entre as autoridades portuguesas, espanholas e marroquinas, ativada ainda em território espanhol.

Investigação e vigilância da PJ: o cerco a Fábio Loureiro
A PJ desenvolveu um esquema de vigilância exaustivo à companheira de Fábio Loureiro, um passo crucial que levou as autoridades a desvendarem o paradeiro do fugitivo. Esta abordagem foi fundamental para seguir os movimentos da mulher, desde Portugal até ao encontro com Loureiro em Marrocos. Fontes próximas da investigação confirmaram à CNN Portugal que este acompanhamento minucioso permitiu traçar todo o trajeto da fuga, culminando na captura do criminoso em Tânger, após ter escapado por várias cidades da Península Ibérica.

Após a detenção, a polícia local de Tânger partilhou a foto de Fábio Loureiro nas redes sociais, confirmando o sucesso da operação. A próxima etapa será a extradição do recluso para Portugal, onde deverá cumprir o restante da sua pena. Loureiro, que já cumpria uma sentença de 25 anos, deverá ser transferido para a prisão de alta segurança de Monsanto, em Lisboa.

Fábio Loureiro foi condenado por uma série de crimes graves, incluindo tráfico de droga de menor quantidade, associação criminosa, extorsão, branqueamento de capitais, injúria, furto qualificado, resistência e coação sobre funcionário, e condução sem habilitação legal. Com uma longa lista de condenações, era já conhecido das autoridades como um dos principais traficantes de droga da região algarvia, com ligações a redes de crime organizado.

A fuga de Loureiro da cadeia de Vale de Judeus, no concelho de Alcoentre, ocorreu no passado dia 7 de setembro, numa operação que envolveu outros quatro prisioneiros: Fernando Ferreira, Mark Cameron Roscaleer, Rodolfo José Lohrmann e Shergili Farjiani, que ainda permanecem em fuga. Este episódio de evasão provocou um abalo no sistema prisional português, levando à demissão, três dias após o incidente, do diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Rui Abrunhosa Gonçalves.

Apesar da captura de Fábio Loureiro, as autoridades continuam a procurar os quatro outros reclusos que escaparam com ele de Vale de Judeus. Até ao momento, não há informações concretas sobre o paradeiro de Fernando Ferreira, Mark Cameron Roscaleer, Rodolfo José Lohrmann e Shergili Farjiani, mas as investigações continuam em curso, envolvendo cooperação internacional e o apoio das forças policiais de vários países.

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