Vendas de casas batem recorde em Março

Março registou o ritmo mais forte de crescimento em termos de vendas de casas, desde que a Confidencial Imobiliário e o RICS lançaram o inquérito mensal “Portuguese Housing Market Survey” no final de 2010. O estudo é relativo às regiões de Lisboa, Porto e Algarve.

Segundo os dados do terceiro mês do ano, o aumento de transacções no mercado de compra e venda de imóveis fez-se acompanhar pelo aumento da procura por parte de novos compradores. Porém, a colocação de novos imóveis no mercado não está a acompanhar a procura: “Um desajuste que continua a impulsionar a subida de preços, que em Março mantiveram um ritmo de subida semelhante ao registado em Fevereiro.”

A par disso, registou-se ainda uma melhoria das expectativas relativamente às vendas e à procura, revelando um nível de confiança positivo. «A melhoria consistente verificada no mercado de trabalho ao longo dos últimos 12 meses coincidiu com um aumento acentuado na confiança dos consumidores», afirma Simon Rubinsohn, economista sénior do RICS, em comunicado.

Relativamente aos três próximos meses, os 150 inquiridos prevêem que o crescimento da actividade se intensifique ainda mais. Nos próximos 12 meses, os preços deverão continuar a subir, registando-se os saltos mais significativos na região do Algarve.

Os inquiridos esperam que, ao longo dos próximos cinco anos, se venha a assistir à “convergência do ritmo de crescimento de preços verificado no Algarve e em Lisboa”. Para o Porto, a expectativa é mais modesta.

Arrendamento

No mercado de arrendamento, a escassez da oferta faz subir os preços das rendas e Março é prova disso mesmo. Ricardo Guimarães, director da Confidencial Imobiliário, comenta que «ao longo dos últimos seis meses se tem registado um declínio contínuo das expectativas quanto ao número futuro de contratos de arrendamento, marcando uma mudança na tendência observada nos últimos dois anos».

Em comunicado, o responsável acrescenta que este cenário surge em paralelo com o aumento da actividade de concessão de crédito, «sugerindo que os potenciais arrendatários começam talvez a considerar empréstimos como uma alternativa». No futuro, conclui Ricardo Guimarães, esta tendência poderá «reduzir a pressão sobre as rendas, que tem sido impulsionada pela falta de oferta».

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