Velho Continente pode enfrentar escassez de petróleo dentro de 10 anos

A Europa poderá enfrentar escassez de petróleo dentro de uma década, tornando ainda mais urgente a aposta em energias alternativas. A conclusão é de um estudo do think-thank francês Shift Project, citado pelo jornal britânico “The Guardian”.

O estudo alerta para o facto de a produção de petróleo poder diminuir mais rapidamente do que a dependência da União Europeia (UE) dos combustíveis fósseis, aumentando o risco de uma crise iminente do aprovisionamento de petróleo e de um choque de preços no mercado.

O relatório, analisado pelo jornal inglês, aponta para o risco do Velho Continente atingir um «pico de abastecimento de petróleo» antes de as grandes economias terem transitado para fontes de energia mais limpas é «uma razão adicional para conceber um mundo sem petróleo».

De acordo com o “The Guardian”, a análise baseou-se em dados da consultora norueguesa Rystad Energy, que concluiu que a produção de petróleo da Rússia, que garante mais de 40% do abastecimento de petróleo da UE, já entrou num «declínio sistemático», ultrapassando  o ritmo a que a UE reduziu a sua utilização de petróleo ao longo dos últimos 10 anos. Já a produção petrolífera de África, que representa mais de 10% do abastecimento de petróleo da UE, deverá diminuir drasticamente na próxima década, aponta o mesmo estudo.

Por outro lado, o impacto da pandemia de Covid-19 ameaça agravar o risco de um défice de aprovisionamento de petróleo na década de 2020, ao paralisar o investimento em novos projectos petrolíferos, escreve o “The Guardian”.

O mesmo estudo avança que as grandes petrolíferas deverão reduzir os seus planos de gastos para o próximo ano em quase um quarto, ou quase 40 mil milhões de dólares, para fazer face ao impacto do novo coronavírus, que fez com que a procura de petróleo caísse para níveis mínimos de 25 anos e fez descer os preços.

A Rystad Energy considera que a crise poderá fazer avançar o pico da procura mundial de petróleo de 2030 para 2027, antes de o mercado entrar num declínio.

Ler Mais