Vacina chinesa contra a covid-19 poderá estar pronta em Dezembro. Preço deve rondar 120 euros
A vacina chinesa contra a covid-19, desenvolvida pelo laboratório Sinopharm e que está na fase 3 de ensaios clínicos, pode começar a ser comercializada já no final deste ano, “provavelmente em Dezembro”, de acordo com o presidente do laboratório, Liu Jingzhen.
“Não será muito cara. Contamos que o tratamento completo [inclui duas vacinas] fique por cerca de 120 euros”, disse o responsável do laboratório em declarações ao jornal local chinês ‘Guangming Daily’.
Liu Jingzhen anunciou ainda que a vacina poderá ter uma produção anual de mais de 200 milhões de doses e que seria administrada em duas injecções, com 28 dias de intervalo.
A patente da vacina chinesa foi aprovada esta segunda-feira. O Gabinete de Propriedade Intelectual do Estado Chinês, responsável pela aprovação, referiu ainda que podia “ser produzida em massa num curto período de tempo”, informou a imprensa local.
Liu Jingzhen não especificou, no entanto, se a vacina vai estar incluída no programa gratuito de vacinação estatal. “Nem toda a população da China terá de tomar a vacina”, disse, acrescentando que os grupos prioritários serão os estudantes e os trabalhadores das grandes cidades.
A vacina, que está na terceira fase de testes e foi desenvolvida pelo Instituto Científico Militar e pela empresa biofarmacêutica chinesa CanSino Biologics, começou a ser usada no final de Junho no Exército chinês, depois de uma equipa liderada pelo pesquisador Chen Wei descobrir um anticorpo monoclonal neutralizante altamente eficiente.
De acordo com o jornal chinês ‘Southern Metropolis Daily’, a vacina revelou uma “boa resposta imunológica em ratos e roedores, podendo induzir o organismo a produzir uma forte resposta imunitária celular e humoral em pouco tempo”.
A vacina pode ainda “ser produzida em massa num curto período de tempo” e é “rápida e fácil de preparar”, segundo o mesmo jornal.
Os resultados da segunda fase de testes clínicos da vacina mostraram que é segura e que induz uma resposta imune contra o novo coronavírus, segundo uma investigação publicada, no final de Julho, na revista científica ‘The Lancet’.
A terceira fase de testes está agora a ser conduzida em maior escala, nos Emirados Árabes Unidos.