Urgências entupidas: Hospital de Loures volta a registar tempos de espera de mais de 10 horas para pulseiras amarelas

Esta sexta-feira de manhã o Hospital Beatriz Ângelo apresentava constrangimentos no atendimento dos utentes que recorriam ao serviço de urgências, com tempos de espera que chegavam às 10h00 para os doentes com pulseira amarela (urgente).

Segundo o Jornal de Notícias, e de acordo com os dados do Portal do SNS, o Hospital de Loures chegou a registar 10h08 minutos de espera para os doentes considerados urgentes, isto às 10h45.

Já pelas 11h50, após atualização dos dados, os tempos de espera reduziram, mas continuaram significativamente acima do recomendado: de quase 6 horas pra as pulseiras amarelas (urgentes) e 7 para as verdes (menos urgentes).

Recorde-se que as urgências dos hospitais na Grande Lisboa enfrentaram uma noite desafiante de segunda para terça-feira, com doentes a aguardarem horas para serem atendidos. A situação foi particularmente crítica em vários hospitais, onde os tempos de espera ultrapassaram largamente os tempos recomendados.

Às 23h30 de segunda-feira, no Hospital Beatriz Ângelo em Loures, o tempo médio de espera para doentes com pulseira laranja, que indica uma situação urgente, era de 5 horas e 8 minutos, quando o tempo recomendado é de apenas dez minutos. Os doentes com pulseira amarela, que devem ser atendidos em até 60 minutos, enfrentavam uma espera de 5 horas e 6 minutos, com 56 utentes ainda por atender.

No Hospital de São Bernardo, em Setúbal, o tempo de espera para a pulseira amarela era de 5 horas e 48 minutos, enquanto no Hospital Santa Maria, em Lisboa, era de 4 horas e 18 minutos. No Hospital de Vila Franca de Xira, a espera era de 3 horas e 46 minutos.

Uma fonte do Hospital Beatriz Ângelo explicou ao Correio da Manhã que a “elevada afluência de doentes ao Serviço de Urgência Geral, sobretudo com algumas situações críticas/urgentes, aliada a uma escala que se encontra em défice de profissionais médicos, resulta em tempos de espera mais elevados do que o desejado.”

Na terça-feira, às 16h30, a situação no Beatriz Ângelo continuava complicada, com os doentes de pulseira amarela a enfrentarem uma espera de 4 horas e 4 minutos. A presidente da Federação Nacional dos Médicos, Joana Bordalo e Sá, atribuiu a demora às “escalas no limite em resultado da falta de profissionais”.

Carla Meira, do Movimento Médicos em Luta, lamentou, citada pelo mesmo jornal: “O SNS está ao abandono”. A elevada procura por cuidados de urgência também foi exacerbada pelos efeitos do calor intenso que se tem feito sentir.

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