Uma «super explosão» de um «super vulcão»? Yellowstone pode surpreender o mundo, alertam cientistas
Uma equipa de cientistas internacionais descobriu o catalisador que pode originar uma «super erupção» do vulcão Yellowstone, formado durante os últimos três grandes eventos: a erupção de Huckleberry Ridge, a erupção de Mesa Falls e a erupção de Lava Creek, de acordo com o ‘Express.co’.
Localizada abaixo do Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos, a área é constantemente monitorizada pelo Serviço Geológico norte-americano (USGS) que procura sinais iminentes de erupção. Acredita-se que a última «super erupção» tenha ejetado mais de mil metros cúbicos de lava e cinzas na atmosfera, o suficiente para enterrar uma grande cidade.
Em comparação, a última erupção do Monte Pinatubo nas Filipinas, que causou uma queda de 0,4 ° C na temperatura média global no ano seguinte, foi 100 vezes menos violenta.
Contudo, os «super vulcões» não funcionam da mesma forma que os ditos normais, que entram em erupção quando o magma enche as suas câmaras e é expelido por uma abertura quando a pressão atinge um ponto crítico. Por esta razão, os cientistas há muito que consideram os terramotos ou outros eventos tectónicos como o catalisador das erupções.
No entanto, uma equipa internacional de investigadores concluiu que um supervulcão pode entrar em erupção «a qualquer momento» sem qualquer gatilho externo, tornando mais difícil prever tal evento. De acordo com um estudo publicado na revista Nature Geoscience, tal deve-se a um fenómeno denominado «efeito de impulsão».
Este fenómeno ocorre quando o magma derretido dentro do «super vulcão» subterrâneo atinge pressões criticamente elevadas devido à forte densidade da rocha ao seu redor, forçando-o na direção da superfície.
Em testes conduzidos na Instalação Europeia de Radiação Síncrotron em Grenoble, França, os investigadores recriaram a pressão e o calor intensos dentro da caldeira de um «super vulcão» para entender a forma como o mesmo entra em erupção.
Usando magma sintético dentro de uma câmara de diamante, os especialistas dispararam raios-X de alta energia para medir as mudanças que ocorriam conforme a pressão dentro da câmara ia aumentando. Os resultados sugeriram que a transição do magma sólido para o líquido, por si só, cria uma pressão forte o suficiente para quebrar mais de seis metros da crosta terrestre acima da caldeira.
A equipa concluiu então que, quando o magma entra nessas fendas e sobe à superfície, expande-se violentamente, causando uma enorme explosão. O autor principal do estudo, Wim Malfait, considera que «isto é algo com que, eventualmente teremos de lidar. Vai explodir no futuro», assegurou.
De acordo com Malfait, a possibilidade de outro «super vulcão» entrar em erupção é comparável ao «impacto de um asteroide – o risco a qualquer momento é pequeno, mas quando tal acontecer as consequências serão catastróficas».
Ao compreender como funcionam estes «super vulcões», os investigadores esperam poder prever erupções futuras. Mas o USGS estima que a probabilidade de uma erupção seja de um em 730 mil casos, por ano.