Uma em cada 3 casas na ARU Lisboa são vendidas a estrangeiros

Em 2023, foram transacionados 4.750 imóveis residenciais na Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Lisboa num montante que ascendeu a 2.217,7 milhões de euros. Os estrangeiros foram responsáveis por 33% das compras em número de imóveis e 41% em volume de investimento.

De acordo com os dados da Confidencial Imobiliário, a atividade dos estrangeiros correspondeu a 1.580 transações no valor de 911,8 milhões. Os números mostram que a atividade internacional reduziu 7% em número de transações face a 2022, mas manteve o volume de capital investido estável (+0,2%).

Em 2022, os estrangeiros tinham adquirido 1.700 imóveis no valor de 909,8 milhões de euros.

Do total de imóveis adquiridos por estrangeiros, 16% dos imóveis adquiridos foram por norte-americanos, seguidos pelos, franceses (13%), britânicos (9%), chineses (8%), brasileiros (6%) e alemães (5%).

Os investidores do reino Unido investiram um valor 49% acima de 2022. Por outro lado, as restantes nacionalidades mencionadas, realizaram menos operações e com menor volume de capital investido.

No que respeita aos compradores portugueses, em 2023 adquiriram 3.170 imóveis no valor de 1.305,9 milhões de euros, o equivalente a 67% e 59% do mercado residencial da ARU em número de transações e capital investido, respetivamente. Estes números mostram uma quebra anual de 14% em número de transações e de 23% em montante investido.

Em 2022, esta franja da procura adquiriu 4.100 imóveis no valor de 1.517,5 milhões de euros.

Estes dados consideram aquisições de habitação realizadas por compradores particulares no perímetro da Área de Reabilitação Urbana de Lisboa, a qual abrange 21 das 24 freguesias do concelho (excluem-se Santa Clara, Lumiar e Parque das Nações).

 

Principais nacionalidades (Quotas na atividade internacional):

  • Estados Unidos (16% no número de imóveis e 15% no montante investido)
    • 245 aquisições concretizadas |+12% face a 2022.
    • 141,0 milhões de euros investidos| +20% face a 2022.
    • Destronam os franceses na liderança do investimento estrangeiro.
  • França (13% no número de imóveis e no montante investido)
    • 205 aquisições concretizadas | -21% face a 2022.
    • 116,4 milhões de euros investidos | -28% face a 2022.
    • Foram os compradores estrangeiros mais dinâmicos em 2022, mas perdem liderança para os Estados-Unidos em 2023.
  • Reino Unido (9% no número de imóveis e 12% no montante investido)
    • 137 aquisições concretizadas | +5% face a 2022.
    • 113,1 milhões de euros investidos| +49% face a 2022.
    • Registam o maior crescimento do montante investido, superando pela primeira vez os €100 milhões de investimento.
  • China (8% no número de imóveis e 6% no montante investido)
    • 120 aquisições concretizadas |-41% face a 2022.
    • 54,1 milhões de euros investidos| -46% face a 2022.
    • Registam a maior quebra quer em imóveis adquiridos quer em montante investido, reduzindo a sua atividade para metade.
  • Brasil (6% no número de imóveis e no montante investido)
    • 92 aquisições concretizadas | -4% face a 2022.
    • 55,6 milhões de euros investidos | -15% face a 2022.
    • Equiparam o volume investido a alemães e chineses.
  • Alemanha (5% no número de imóveis e 6% no montante investido)
    • 77 aquisições concretizadas | -17% face a 2022.
    • 54,2 milhões de euros investidos | -10% face a 2022.
    • Equiparam o volume investido a brasileiros e chineses, registando a menor quebra de entre os três.

 

Principais Destinos (freguesias)

  • Estrela, Santo António e Arroios. Cada uma destas freguesias registou cerca de 190 transações (quotas de 12%) e são as únicas três com mais de 100 milhões de euros de investimento estrangeiro em habitação em 2023.
  • Em montante, a Estrela agrega 17% do investimento estrangeiro, no valor de 155,4 milhões de euros; Santo António, 16%, com 150,3 milhões de euros, e Arroios, com uma quota de 12%, captou 113,7 milhões de euros.
  • Há um movimento de dispersão para as freguesias que acolheram a expansão urbana da capital. Evidenciam-se Campolide, com um investimento que passou de 10,2 milhões de euros para 55,1 milhões de euros aplicados na compra de quase uma centena de imóveis; e também Alcântara, onde o mercado internacional passou de 17,0 milhões de euros de 2022 para 31,7 milhões de euros com 83 operações.

 

 

 

 

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