Um terço das empresas portuguesas estão a integrar IA Generativa na sua estratégia, revela estudo da KPMG

Um estudo realizado pela KPMG Portugal, em parceria com o Instituto Português de Corporate Governance (IPCG), intitulado “Boardroom Lens on Generative AI”, revela que a aplicação da Inteligência Artificial Generativa (Gen AI) pode impulsionar significativamente diversas áreas, desde o envolvimento com o cliente até a automatização de processos de negócios.

O estudo, conduzido entre maio e junho de 2024, incluiu cerca de 1.000 membros de órgãos de gestão, governo e supervisão de 120 empresas em nível global. Os resultados apontam que a Gen AI pode transformar talentos e recursos humanos, com os principais riscos identificados a serem a imprecisão dos dados e a cibersegurança.

Atualmente, o Conselho de Administração é o principal responsável pela supervisão da Gen AI, com o CIO/CTO a liderar o processo, enquanto a função de Chief Data/AI Officer ainda está em desenvolvimento.

“Este estudo, ausculta os principais líderes em Portugal e nos EUA sobre os impactos da Gen AI nas suas organizações. Acreditamos firmemente que se trata de uma oportunidade valiosa de orientar e influenciar o uso ético e responsável da Gen AI no contexto empresarial. No entanto, em paralelo, é importante que tenhamos consciência das potenciais “armadilhas” e desafios que a Gen AI pode apresentar, especialmente dentro dum contexto regulatório em constante evolução”, afirma Paulo Paixão, Head of Audit & Assurance da KPMG Portugal.

Os dados do estudo mostram que 33% das entidades inquiridas em Portugal já estão a integrar a Gen AI em sua estratégia, comparado a 14% nos EUA. Além disso, 37% dos inquiridos em Portugal estão a escalar a utilização da Gen AI nos seus processos, em contraste com 19% nos EUA. No entanto, a formação dos colaboradores em Gen AI é limitada, com apenas 23% das organizações em Portugal a oferecer essa formação, enquanto nos EUA esse número é de 14%.

Em termos de alianças estratégicas, 17% das organizações portuguesas têm parceiros ou alianças em curso, comparado com 14% nos EUA. Apesar disso, 10% dos inquiridos em Portugal reconhecem que a Gen AI já é fundamental para o seu negócio e está sendo utilizada de forma robusta. A aplicação da Gen AI é vista principalmente como uma ferramenta para otimizar operações, com 77% dos inquiridos em Portugal concordando, alinhando-se com os 69% nos EUA. A cibersegurança e a imprecisão dos dados são as maiores preocupações para os líderes em ambos os países.

No que diz respeito à governança, ainda há dúvidas sobre a melhor forma de gerir e acompanhar a Gen AI a nível dos órgãos de gestão, governo e supervisão. É claro que a Gen AI já faz parte do presente, exigindo a busca de talento, reskilling e a definição de processos robustos para governar o uso da tecnologia.

Em termos de visão para o futuro, 40% dos inquiridos em Portugal acreditam que os benefícios da Gen AI já superam os riscos, um sentimento partilhado por 39% dos inquiridos nos EUA. Este dado ressalta a necessidade de uma colaboração contínua entre todos os envolvidos para desenvolver processos que garantam a confiança e a qualidade na implementação da Gen AI, contribuindo assim para a maximização dos benefícios para as organizações e a sociedade em geral.

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