“Um por todos, todos por um”: PM polaco deixa aviso a Donald Trump sobre papel da NATO

Não há alternativa à parceria entre Europa, NATO e Estados Unidos para enfrentar os crescentes riscos de segurança impostos pela Rússia, garantiu esta segunda-feira o primeiro-ministro da Polónia, Donald Tusk, que chegou a Paris em visita oficial – que o vai levar também a Berlim – para garantir laços mais estreitos com as duas maiores potências da Europa, numa altura que a invasão da Ucrânia entra no seu terceiro ano e as capitais europeias olham com receio para a possibilidade de Donald Trump regressar à Casa Branca.

Este fim de semana, o mais do que provável candidato republicano às eleições presidenciais nos Estados Unidos sugeriu que os EUA poderiam não proteger os aliados da NATO que não estão a gastar o suficiente em defesa de uma potencial invasão russa.

“Não há alternativa à UE, à NATO e à cooperação transatlântica. A Europa deve tornar-se um continente seguro, e isso significa que a União Europeia, a França e a Polónia devem tornar-se fortes e prontas para defender as suas próprias fronteiras e para defender e apoiar os nossos aliados e amigos de fora da União”, salientou Tusk, numa declaração conjunta com o presidente francês, Emmanuel Macron.

“É provavelmente aqui em Paris que as palavras de ‘Os Três Mosqueteiros’ de Alexandre Dumas ressoam mais claramente: ‘Todos por um e um por todos'”, disse, reforçando que considera crucial a unidade da UE na defesa e o aumento do apoio dos 27 Estados-membros à Ucrânia, num momento em que o apoio dos EUA a Kiev está a vacilar no meio de lutas políticas internas em Washington.

“A Europa tem de agir em conjunto… Trata-se de uma questão de responder a uma questão sobre o que acontecerá se Trump vencer. Não temos tempo. Devemos ter maior capacidade da indústria de defesa”, disse fonte do Governo polaco, citado pela agência ‘Reuters’.

A Europa, defendeu, necessita urgentemente da produção conjunta de munições e que a Polónia já não bloqueia a “autonomia estratégica” – tornando a Europa menos dependente de outros. “Agora, pela primeira vez, um Governo polaco diz que o reforço da área das Capacidades Europeias de Segurança e Defesa não é uma contradição com uma NATO forte”, referiu Dietmar Nietan, funcionário alemão encarregado da cooperação com a Polónia.

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