Um gancho que abre portas e um capacete que mede a febre? Invenções tecnológicas de combate à covid-19 que marcaram o ano
Desde que surgiram os primeiros casos da Covid-19 no mundo que a tecnologia passou a estar focada em soluções e ao serviço da pandemia. Várias empresas e startups, designers e também investigadores de universidades puseram mãos à obra para aperfeiçoarem ou inventarem dispositivos e tecnologias capazes de combater o novo coronavírus.
Eis algumas invenções que marcaram este ano.
“Be a Batman”: Um escudo contra a Covid-19
O designer chinês Sun Dayong inspirou-se no animal que estará na origem da pandemia – o morcego – e criou o escudo “Be a Batman” com o objetivo de proteger da covid-19 e de outros vírus respiratórios. Trata-se de uma espécie de ‘carapaça’ que é feita de fibra de carbono, tem um formato semelhante a asas de morcego e pode ser usada como uma mochila.
O escudo usa luz ultravioleta para se autoesterilizar – possui um circuito integrado que permite elevar a temperatura a níveis que supostamente eliminam o SARS-CoV-2. Foi desenhada pelo gabinete de arquitetura Penda, na China, em fevereiro, na fase inicial da pandemia.
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Um gancho que abre portas
O “Hygienehook” é um objeto que junta uma pega a um gancho e é pequeno o suficiente para caber num bolso. O grande objetivo é poder abrir uma porta sem ter de tocar na maçaneta, diminuindo, assim, o risco de contágio pelo novo coronavírus.
Este “gancho de higiene” é feito de um material não poroso, o que facilita a sua limpeza. Foi desenhado por Steve Brooks, designer e proprietário da DDB Ltd, uma empresa que produz mobiliário de escritório. “Toda a gente tem de usar o dedo mindinho ou encontrar a parte da porta em que ninguém tocou”, contou em abril à agência Reuters.
Uma máscara que protege e traduz
As máscaras inteligentes da Donut Robotics chegaram às lojas japonesas em setembro. Além de protegerem contra a covid-19, têm a capacidade de receberem comandos de voz para execução no telemóvel, tal como mensagens ou chamadas, e conseguem ainda traduzir oito línguas (japonês, chinês, coreano, vietnamita, indonésio, inglês, espanhol e francês).
A máscara, chamada “c-mask”, é feita de plástico branco e de silicone. Tem um microfone embutido que se conecta ao telemóvel através de Bluetooth e garante depois a interação através de uma app. Outra das funcionalidades interativas é aumentar o volume da voz do utilizador. O grande objetivo é tornar a comunicação e o distanciamento físico mais fáceis.
Uma pulseira que evita tiques
Em Seattle, nos Estados Unidos, dois irmãos Joseph e Matthew Toles e um amigo Justin Ith, proprietários de uma startup chamada Slightly Robot, desenvolveram uma pulseira que reduz comportamentos compulsivos, desde roer as unhas a espremer borbulhas.
A pulseira chamada emite um alerta, sob a forma de vibrações, para evitar estes tiques. Com a pandemia, o dispositivo ganhou uma importância acrescida, já que vibra sempre que os respetivos utilizadores levam as mãos à cara e pode diminuir, assim, os gestos potenciadores de contágio.
A pulseira, chamada “Immutouch”, está associada a uma app que regista alertas ao longo do dia e permite analisar a evolução destes comportamentos.
Um capacete que mede a febre
A empresa chinesa Kuang-Chi Technology criou um capacete inteligente que é capaz de monitorizar automaticamente as temperaturas de centenas de pessoas que se encontram até cinco metros de distância. O dispositivo permite, assim, avaliar áreas públicas que poderão estar sob alto risco de transmissão do coronavírus.
O capacete que utiliza Inteligência Artificial está também equipado com outras ferramentas, como um leitor de códigos QR, e dispõe de óculos de realidade aumentada que facilitam a gestão da informação e o acesso às redes móveis 5G.
A empresa chinesa apostou ainda no software de reconhecimento facial que permite identificar rapidamente qualquer pessoa que passe no raio de ação, apesar de representar uma ameaça para a privacidade. Se o capacete detetar um indivíduo com uma temperatura acima do normal e se for considerado de alto risco, é emitida uma notificação visual e sonora.
Um adesivo que deteta tosse
Um grupo de investigadores da Universidade do Noroeste e do Shirley Ryan AbilityLab, nos Estados Unidos, inventaram um adesivo que deteta um dos sintomas mais comuns da covid-19: a tosse.
O adesivo é colocado na parte inferior do pescoço, entre as clavículas, e está equipado com sensores que monitorizam o som produzido pela tosse e também os movimentos que resultam da respiração. Além disso, deteta a temperatura corporal e os batimentos cardíacos.
Os dados recolhidos são depois enviados para repositórios clínicos na Internet, através de comunicações sem fios, para detetar os padrões associados a sintomas da covid-19. O adesivo é feito de borracha flexível que adere à pele.
Um robot que desinfeta uma sala em oito minutos
Várias empresas de tecnologia criaram robots que desinfetam espaços em poucos minutos, como é o caso do “ZenZoe” que tem uma eficácia de 99,99% na eliminação do vírus, de acordo com os fabricantes ASTI Mobile Robotics e a BOOS Technical Lighting.
É capaz de desinfetar uma área de 25 metros quadrados em apenas oito minutos, através do recurso a uma luz ultravioleta que limpa o ar e elimina a presença do novo coronavírus. O robot está indicado para desinfetar desde hospitais a centros comerciais, e como a sua ação não é tóxica, não precisa de ser interrompido para ser feita uma manutenção antes de higienizar outro espaço.
Este robot chegou inclusivamente a Portugal em julho. É distribuído pela Aura Light, uma empresa especializada na venda de iluminação interior e exterior.