Um euro é suficiente para comprar casa em Itália. Mas será um bom negócio?
Um euro é suficiente para comprar uma casa em Zungoli ou Mussomeli, em Itália. Segundo a CNN, ao longo do último ano, um número considerável de pequenas localidades de Norte a Sul de Itália tem colocado à venda propriedades por valores irrisórios na esperança de atrair novos residentes e, assim, revitalizar as regiões.
As propostas começaram a chover e os websites com as ofertas não conseguiram aguentar a procura por parte de pessoas com o sonho de uma vida tranquila junto ao Mediterrâneo. A Câmara de Sambuca, por exemplo, foi inundada por 38 mil emails no espaço de 48 horas.
No caso de Mussomeli, as autoridades vão ainda mais longe ao criar uma agência imobiliária especificamente dedicada a este propósito, com profissionais fluentes em diferentes línguas de modo a atrair interessados de vários pontos do planeta. Estes agentes imobiliários acompanham os possíveis proprietários na visita à localidade e esclarecem todas as dúvidas.
A mesma publicação indica que muitas das casas à venda por um euro estão em boas condições e precisam apenas de algumas obras. Ainda assim, grande parte dos negócios tem como condição a disponibilidade do comprador no sentido de investir em remodelações na propriedade. Os compradores têm também de equipar e mobilar a casa e pagar uma caução que pode chegar aos cinco mil euros.
Mas será que as propostas não passaram disso mesmo ou alguém, de facto, fechou negócio? E como são as vidas dessas pessoas agora? A CNN Travel procurou algumas das pessoas que ficaram conhecidas no país como os “cidadãos 1 dólar” e mostra como há finais felizes. Nos casos apresentados por este meio, belgas e franceses encontraram em Itália uma segunda casa, ideal para passar férias ou para a reforma.
No caso de Morgane Guihot e o marido, vindos de Nantes (França), a escolha recaiu sobre uma casa de 50 metros quadrados em Mussomeli, na região de Sicília. As remodelações estão quase terminadas, faltando apenas concluir a casa de banho: «Como somos ambos artesãos, fizemos a maior parte do trabalho, que foi mínimo, e foi óptimo ver a nossa casa de dois quartos voltar à vida.»
Morgane Guihot admite que os preços apresentados por Mussomeli eram muito actractivos em relação aos praticados no mercado francês. «Mas o que nos conquistou na primeira visita que fizemos foi o charme do local. É super querido e os locais são muito hospitaleiros», conta. «Faríamos isto de novo e de novo.»
O belga Patrick Janssen conta uma história diferente. Apesar de ter sido atraído pelas casas a um euro, decidiu optar por um imóvel mais caro mas em melhores condições. «Mostraram-nos edifícios com 25 anos, alguns a precisar de muitas obras, por isso, no final optámos por uma casa de três quartos decente por 10 mil euros e investi mais algum dinheiro na remodelação», confessa.
Desta forma, dentro de 20 anos, conta ainda ter uma casa para os filhos passarem férias ou para o próprio viver na idade da reforma.