Um em cada quatro trabalhadores testemunhou práticas antiéticas nas empresas portuguesas em 2023

De acordo com o estudo “Ethics at Work 2024”, realizado pelo Institute of Business Ethics em colaboração com a Católica Porto Business School, um em cada quatro colaboradores (25%) em Portugal tem conhecimento de comportamentos que violam a lei ou os padrões éticos nas suas organizações no último ano. Este valor reflete um aumento face aos 18% registados em 2021.

Helena Gonçalves, coordenadora do Fórum de Ética da Católica Porto Business School, destaca que o inquérito incidiu sobre três grandes áreas: a cultura ética, a identificação de riscos éticos e o apoio à ética no local de trabalho. Segundo a especialista, os resultados revelam um cenário preocupante, onde 35% dos inquiridos afirmaram ter conhecimento de abuso de autoridade, 32% relataram casos de bullying e assédio, e 20% indicaram saber de episódios de assédio sexual.

Um terço dos colaboradores que testemunhou má conduta optou por não a reportar, justificando a sua decisão com o medo de prejudicar as suas carreiras (34%) e a falta de confiança nas medidas corretivas da organização (34%).

Entre os que denunciaram más práticas, 46% afirmaram ter sofrido represálias e 28% ficaram insatisfeitos com o desfecho dos casos. O estudo também revela que apenas 61% dos colaboradores acreditam que as suas empresas oferecem meios confidenciais de denúncia.

Outro dado relevante do estudo é a divisão geracional na disposição para denunciar má conduta: 70% dos colaboradores mais jovens (18-34 anos) estão dispostos a relatar irregularidades, comparados com 61% na faixa dos 35-54 anos e 54% entre os maiores de 55 anos. No entanto, os colaboradores mais jovens (52%) são também os que enfrentam mais retaliações após denunciarem preocupações.




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