Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente ucraniano, indicou ser crucial “a necessidade de união europeia para contrariar as agressões russas agora e para as travar no futuro”. Numa carta publicada nos britânicos do ‘The Guardian’, o responsável ucraniano garantiu que “com a liderança dos EUA e o apoio europeu, nós, ucranianos, poderemos finalmente ter paz. Mas não deixem a Rússia escapar”.
O chefe de gabinete de Volodymyr Zelensky salientou que “um cessar-fogo na Ucrânia não virá apenas por via de gestos diplomáticos”. Há uma série de “condições cruciais” para garantir que, “quando chegar, a paz será duradoura”. Quais? “Garantias de segurança que ofereçam credibilidade a um futuro acordo de cessar-fogo”, a Europa agir de “forma decisiva para reforçar e aumentar as sanções contra a Rússia”, e, por último, a UE “assumir o controlo dos ativos russos e congelados para garantir o apoio contínuo e reforçado à Ucrânia”, em referência aos cerca de 300 mil milhões de euros de fundos russos congelados após a invasão.
Até ao momento, a UE tem recorrido apenas aos juros sobre esses ativos para financiar uma parte do apoio a Kiev, havendo questões sobre a legalidade – e as consequências – de usar os fundos russos congelados. “A Europa prometeu 30,6 mil milhões de euros de apoio financeiro este ano. Estamos gratos por este empenho no nosso futuro e na nossa recuperação económica. No entanto, um dos instrumentos mais potentes do arsenal da Europa são os 300 mil milhões de euros em ativos russos congelados detidos em instituições financeiras ocidentais”, salientou Yermak. “Estes recursos devem permanecer sob embargo, sendo os lucros utilizados para apoiar a recuperação financeira da Ucrânia. Permitir que a Rússia recupere estes fundos após a sua guerra de agressão teria consequências catastróficas.”
A UE aprovou o 16º pacote de sanções à Rússia, uma iniciativa que Yermak salientou ser importante para continuar a exercer pressão sobre o Kremlin. “Uma dissuasão credível ajudará a garantir que qualquer cessar-fogo tem as melhores hipóteses de se tornar uma paz duradoura. A Europa não pode permitir um cessar-fogo que sirva apenas para permitir à Rússia rearmar-se, reconstruir as suas forças e voltar a conquistar mais terras e recursos ucranianos.”
