Um dia depois de entrar em vigor: Israel e Hezbollah trocam acusações de violação do cessar-fogo

A ‘tinta’ do acordo de cessar-fogo ainda não secou e já Israel e Hezbollah trocam acusações de violações: os militares israelitas sublinharam que a sua força aérea atingiu esta quinta-feira uma instalação do grupo xiita libanês para armazenar rockets de médio alcance no sul do Líbano, assim como abriram fogo contra o que chamou de “suspeitos” com veículos que chegaram a várias áreas da zona sul, garantindo que era uma violação da trégua com o grupo armado Hezbollah, apoiado pelo Irão, que entrou em vigor na passada quarta-feira.

Hassan Fadlallah, membro do parlamento do Hezbollah, acusou por sua vez Telavive de violar o acordo. “O inimigo israelita está a atacar aqueles que regressam às aldeias fronteiriças”, sustentou, citado pela agência ‘Reuters’, acrescentando que “hoje há violações por parte de Israel, mesmo nesta forma”.

A troca de acusações evidenciou a fragilidade do cessar-fogo, que foi mediado pelos Estados Unidos e por França para pôr fim ao conflito, travado em paralelo com a guerra de Gaza: a trégua duraria 60 dias na esperança de alcançar a cessação permanente das hostilidades.

O ataque aéreo de Israel esta quinta-feira foi o primeiro desde que a trégua entrou em vigor: segundo fontes de segurança libanesas e a emissora ‘Al Jadeed’, o incidente ocorreu perto de Baysariyah, a norte do rio Litani. O acordo de cessar-fogo estipula que as instalações militares não autorizadas a sul do rio Litani devem ser desmanteladas, mas não menciona as instalações militares a norte do rio.

Antes, disparos de tanques israelitas atingiram cinco cidades e alguns campos agrícolas no sul do Líbano, acusaram as fontes de segurança libanesas, afirmando que pelo menos duas pessoas ficaram feridas.

Todas as áreas ficam a 2 km da Linha Azul que demarca a fronteira entre o Líbano e Israel, numa área que os militares israelitas anunciaram como zona proibida ao longo da fronteira, mesmo depois de o acordo ter sido selado.

As famílias libanesas deslocadas das suas casas perto da fronteira sul tentaram regressar para verificar as suas propriedades, mas as tropas israelitas continuam estacionadas em território libanês, em cidades junto à fronteira: de acordo com a ‘Reuters’, ouviam-se drones de vigilância a sobrevoar partes do sul do Líbano. Os militares israelitas renovaram esta quinta-feira um recolher obrigatório que restringe o movimento de residentes do sul do Líbano para sul do rio Litani entre as 17h e as 7h.

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