Um “absurdo”. Arábia Saudita nega ter pirateado o telemóvel de Jeff Bezos

A Arábia Saudita já reagiu às alegações de pirataria ao telemóvel do presidente e fundador da gigante de retalho. Na rede social Twitter, a embaixada daquele país nos EUA respondeu que as alegações de que o príncipe Mohammed bin Salman esteja envolvido são “um absurdo” e pede uma nova investigação ao caso.

A polémica instalou-se depois de o jornal britânico Guardian ter avançado que o telemóvel de Bezos foi pirateado após receber uma mensagem da conta pessoal de bin Salman. Aparentemente, uma investigação indica que o terminal de Bezos terá partilhado grandes quantidades de dados após a recepção de um vídeo enviado pelo príncipe saudita.

Alegadamente, o ataque foi efectuado cinco meses antes de o jornalista Jamal Kashoggi ter sido assassinado. Kashoggi era colaborador do jornal Washington Post, título do qual Jeff Bezos é proprietário, e que inclui uma coluna de informação sobre a Arábia Saudita que nem sempre é concordante com o regime daquele país.

É também do conhecimento público que o príncipe Mohammed bin Salman mantém uma relação próxima com David Pecker, director executivo do título norte-americano National Enquirer. Esta relação não teria expressão neste caso, não fosse Bezos ter acusado este tablóide de chantagem e extorsão, depois do National Enquirer ter dito ao presidente da Amazon que tinha em sua posse informações privadas de Bezos e que as ia publicar.

O grupo proprietário do National Enquirer defendeu-se das alegações de Bezos afirmando que as informações que detinha tinham sido obtidas através do irmão da namorada do presidente da Amazon, mas análises efectuadas ao terminal móvel em questão indicam que os sauditas conseguiram aceder e extrair informações do equipamento.

Esta polémica pode ter consequências mais abrangentes, atingindo inclusivamente o presidente Donald Trump que mantém relações próximas com o príncipe saudita.

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