Último balanço: 13 carros, 5 motas e 7 caixotes do lixo incendiados em vários bairros de Lisboa
Foi mais uma noite de violência na Grande Lisboa. De acordo com o mais recente comunicado da Polícia de Segurança Pública (PSP), registaram-se “ocorrências de incêndio em mobiliário urbano e em veículos ligeiros e motociclos, na Área Metropolitana de Lisboa, designadamente nos concelhos do Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures e Vila Franca de Xira”, em desacatos após a morte de um homem por um polícia na Amadora.
A PSP acrescenta que “o grosso dos incidentes se concentrou numa só ocorrência na freguesia de Benfica.”
Das ocorrências acima referidas, houve a registar:
- 1 suspeito detido;
- 1 suspeito identificado;
- 13 veículos ligeiros incendiados;
- 5 motociclos incendiados;
- 7 contentores de lixo incendiados;
- 1 sofá incendiado na via pública;
- Bloqueio de uma artéria com mobiliário urbano;
- Pelo menos 3 fachadas de edifícios danificadas.
A Polícia de Segurança Pública reitera que “tem por missão garantir a segurança e ordem pública e o respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, e que está empenhada em manter a ordem, paz e tranquilidade públicas, em todo o território nacional, designadamente na Área Metropolitana de Lisboa.”
“A PSP repudia e não tolerará os atos de desordem e de destruição praticados por grupos criminosos, apostados em afrontar a autoridade do Estado e em perturbar a segurança da comunidade, grupos esses que integram uma minoria e que não representam a restante população portuguesa que apenas deseja e quer viver em paz e tranquilidade. Estes grupos criminosos têm revelado uma falta de respeito pela vida humana, sendo, uma vez mais, evidente a prática de crimes violentos contra a integridade física, como foi o caso lamentável em que um motorista de um autocarro de transportes públicos sofreu ferimentos muito graves, sendo que a PSP tudo fará para, em coordenação com as outras Forças e Serviços de Segurança, levar à justiça os suspeitos de todos os crimes que têm sido praticados nos últimos dias”, pode ler-se no mesmo comunicado.
Por fim, termina “apelando a todos que mantenham a calma, a tranquilidade e a confiança na PSP.”
Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.
Segundo a PSP, o homem pôs-se “em fuga” de carro depois de ver uma viatura policial e “entrou em despiste” na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca”.
A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação “séria e isenta” para apurar “todas as responsabilidades”, considerando que está em causa “uma cultura de impunidade” nas polícias.
A Inspeção-Geral da Administração Interna e a PSP abriram inquéritos e o agente que baleou o homem foi constituído arguido.