UE aprende a lição: bloco europeu desenvolve nova estratégia para adquirir vacinas contra a Covid-19

A União Europeia ‘aprendeu a lição’ com as encomendas das vacinas contra a Covid-19, num momento em que prepara uma licitação para quase 150 milhões de doses de vacinas mRNA atualizadas para a variante dominante, um contrato que deverá ser concedido à farmacêutica Moderna.

No entanto, a ameaça da pandemia tem diminuído e as pessoas optaram por não receber os reforços, pelo que os países não conseguiram esgotar as suas vacinas com a rapidez suficiente – em 2023, pelo menos 215 milhões de doses foram descartadas por terem ultrapassado o prazo de validade, com um custo estimado a nível europeu de 4 mil milhões de euros, revelou o jornal ‘POLITICO’.

O desperdício levou mesmo a Pfizer a avançar com processos contra a Hungria e Polónia, que se recusaram continuar a pagar a sua parte do bolo vacinal europeu, garantindo que não precisavam de mais doses. Recorde-se que a UE assinou um contrato de cerca de 1,1 mil milhões de doses da vacina Pfizer/BioNTech em 2021, que, entretanto, foi renegociado para atrasar e distribuir as entregas até 2026.

A Comissão Europeia tem sido criticada por líderes de saúde pública para garantir que haja mais do que uma vacina disponível para os países, para oferecer escolha às pessoas, mas também para espalhar o risco em caso de futuras ameaças à cadeia de abastecimento. No entanto, o vírus da Covid-19 não desapareceu: continua no ar, a evoluir e a causar doenças graves e mortes, pelo que as vacinas anuais para pessoas mais velhas e vulneráveis vão ser uma estratégia de saúde pública nos próximos anos.

No entanto, a UE parece ter aprendido a lição: o novo contrato diz respeito a uma “estimativa” de 146 milhões de doses ao longo de dois anos, podendo ser renovada duas vezes por 12 meses. Não está claro o número final de doses, uma vez que se trata de um acordo da aquisição conjunta – significa que, independentemente de quem ganhe o concurso, não haverá obrigação dos países europeus comprarem as doses que solicitarem, o que dá maior poder de escolha.

Estão inscritos 18 países da UE, mais a Noruega e República da Macedónia do Norte, o que é demonstrativo do forte interesse numa outra vacina contra a Covid-19 – o concurso está a ser liderado pela Autoridade de Preparação e Resposta a Emergências Sanitárias (HERA) da UE.

E embora existam atualmente dois fabricantes de vacinas mRNA contra a Covid-19, a Pfizer/BioNTech continua vinculada ao seu contrato de longo prazo, por isso é provável que esta nova licitação vá para a Moderna.

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