Ucrânia: Zelensky quer convocar 500 mil novos soldados e reduzir idade do recrutamento

Com cerca de 330 mil soldados ucranianos atualmente a combater nas frentes de guerra, o país enfrenta desafios consideráveis na manutenção das suas tropas, numa altura em que a invasão russa se arrasta há mais de dois anos.

Desde o início da guerra, houve poucas rotações de pessoal, e o retorno a casa não está à vista para os soldados sob o comando de Volodymyr Zelensky. Diante da necessidade urgente de reforço militar, o primeiro-ministro propõe à Rada Suprema (Parlamento ucraniano) um projeto de lei que visa a mobilização de 500 mil novos soldados até o final de 2024.

Segundo Zelensky, esse meio milhão de recrutas permitiria substituir os 330.000 combatentes atuais e fortalecer as defesas ucranianas com mais 170.000 efetivos. A proposta também visa responder às perdas no campo de batalha, estimadas em 31.000 baixas, embora fontes do Pentágono sugiram que o número real possa ser o dobro, avança o El Español.

Entretanto, o projeto enfrenta críticas e emendas na Rada Suprema, refletindo a impopularidade da iniciativa. Muitos questionam a viabilidade de convocar jovens de 25 e 26 anos para o serviço militar, considerando-o um “suicídio” para a próxima geração de ucranianos. Além disso, há preocupações de que a mobilização possa agravar a crise fiscal no país, incentivando a emigração de jovens contribuintes.

O projeto de lei prevê um serviço militar limitado a três meses de treino e até três anos na frente de batalha, procurando tranquilizar os soldados quanto à duração do serviço militar. Para garantir o cumprimento da convocatória militar o governo planeia estabelecer um sistema de registo online, com algumas exceções para indivíduos com problemas de saúde ou que sejam trabalhadores essenciais para a economia do país.

Paralelamente aos esforços internos, Ucrânia aguarda a chegada de ajuda externa. Os Estados Unidos anunciaram o envio de armas no valor de 300 milhões de dólares, enquanto a União Europeia desembolsou 4.500 milhões de euros como parte de um fundo de 50.000 milhões destinado a Kiev. Além disso, República Checa prometeu entregas de munição de artilharia a partir de junho.

Apesar dos desafios e incertezas, o governo ucraniano continua a procurar formas de fortalecer as suas defesas e garantir o apoio necessário para enfrentar a prolongada guerra contra a Rússia.

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