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Ucrânia: Revolução Laranja faz hoje 20 anos. Sabe o que foi?
Celebra-se hoje o 20º aniversário do início da Revolução Laranja na Ucrânia, uma mobilização popular sem precedentes desencadeada após denúncias de fraude na segunda volta das presidenciais ucranianas de 21 de novembro de 2004.
O ato eleitoral deu a vitória a Viktor Yanukovich, candidato do poder, com 49,46% dos votos, contra os 46,61% obtidos pelo candidato da oposição, VViktor Yuschenko. Mas o Supremo Tribunal ucraniano, em dezembro, viria a anular os resultados deste ato eleitoral e foi realizado um novo sufrágio, já em 2005, o qual deu a vitória a Yuschenko com 52% dos votos, contra os cerca de 44% de Yanukovich.
Com a sensação de fraude eleitoral, a população ucraniana tomou as ruas de Kiev, capital do país, e foi registado mais de um milhão de pessoas nesses protestos. Muitas pessoas acamparam nas ruas em pleno inverno para demonstrar o seu compromisso com a causa que estavam a lutar: o fim da corrupção e a realização de eleições limpas e transparentes.
Os protestos influenciaram o país, e ações de desobediência civil espalharam-se de Kiev para outras cidades ucranianas. Além disso, os protestantes usaram a cor laranja como símbolo, pelo facto de que é a mesma cor do partido de Viktor Yuschkenko. Os protestos na Ucrânia estenderam-se por mais de duas semanas até ao Supremo Tribunal ucraniano intervir.
Com a Revolução Laranja e a vitória de Viktor Yushchenko, a Ucrânia deu início a uma fase de aproximação do Ocidente, o que reforçou a divisão do país entre aqueles que defendiam essa aproximação e os que queriam reforçar os laços com a Rússia, país vizinho que possui encontros culturais e históricos com a Ucrânia.
Essa divisão ficou percetível desde a eleição, uma vez que Yushchenko era mais voltado para o Ocidente e Yanukovich para a Rússia. Além da polarização na Ucrânia, as relações desse país com a Rússia foram afetadas, e iniciaram-se os desgastes com o presidente russo, Vladimir Putin, principalmente quando a Ucrânia se aproximou da União Europeia e da NATO – que culminou com a invasão de Putin em fevereiro de 2022.