Ucrânia retira 100 mil morteiros defeituosos da linha da frente
O Ministério da Defesa da Ucrânia está a investigar morteiros defeituosos de pelo menos 100 mil cartuchos de 120 mm, de fabrico ucraniana, que tiveram de ser removidos da linha da frente nas últimas três semanas.
“Os resultados preliminares da investigação indicam possíveis cargas de pólvora de baixa qualidade ou violações das condições de armazenamento de munição, o que levou a danos nos morteiros”, apontou o ministério, em resposta às ondas de críticas em publicações ucranianas e do público.
Uma das táticas de guerra mais eficazes de Moscovo para ganhar terreno na Ucrânia são os ataques implacáveis de infantaria, com o objetivo de exaurir os ucranianos e as suas armas, sendo que os morteiros de calibre 120 mm são essenciais para impedir os avanços russos.
No entanto, um em cada 10 projéteis de 120 mm fabricados na Ucrânia explode nas linhas da frente: segundo a televisão privada da Ucrânia, ‘1+1’, os soldados começaram a reclamar, no início de novembro, que os cartuchos não explodiam ou permaneceram presos no lançador.
O Ministério da Defesa alegou que estava a investigar o que causou o mau funcionamento e suspendeu o uso de morteiros de fabrico ucraniano de lotes específicos. “Em vez disso, serão entregues projéteis importados”, salientou o ministério.
De acordo com o site de notícias ucraniano ‘Dzerkalo Tyzhnia’, estarão em causa 100 mil projéteis – que deveriam durar seis meses de uso na linha da frente -, salientando ter havido potencialmente “negligência criminosa”. A publicação apontou igualmente que o fornecimento de projéteis em questão foi resultado de um acordo entre o Ministério da Defesa e o Ministério das Indústrias Estratégicas para comprar munição de um produtor nacional e, assim, diminuir a dependência de abastecimentos estrangeiros.