Ucrânia: Putin arrisca ser envenenado pelos seus “camaradas gangsters” devido a incursão em Kursk, afirma ex-coronel da NATO

O conflito na Ucrânia está a colocar o Presidente russo, Vladimir Putin, em risco de ser envenenado pelos seus próprios “camaradas gangsters”, advertiu um ex-coronel da NATO.

Hamish de Bretton-Gordon, especialista em armas químicas e ex-coronel do Exército britânico, afirmou que a recente incursão surpresa da Ucrânia na região de Kursk, na Rússia, pode ter deixado Putin paranoico em relação aos seus aliados mais próximos. “Putin está a caminhar sobre gelo fino”, disse Bretton-Gordon numa entrevista ao jornal The Sun, acrescentando que, embora Putin ainda mantenha um “controlo de ferro”, a situação está a tornar-se cada vez mais insustentável. “Se ele não resolver isso rapidamente, muitos dos seus camaradas gangsters não hesitarão em colocar algo no seu chá e assumir o controlo”, avisou.

A incursão ucraniana em Kursk, que faz fronteira com a região de Sumy na Ucrânia, começou a 6 de agosto, apanhando Moscovo de surpresa. Segundo Oleksandr Syrsky, comandante-em-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, as forças ucranianas já controlam 1.150 quilómetros quadrados de território russo e 82 assentamentos em Kursk desde o início da ofensiva. Esta marca a primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial que tropas estrangeiras capturaram território russo.

Apesar dos esforços do Kremlin para minimizar a dimensão da ofensiva ucraniana, vários bloggers militares pró-guerra expressaram rapidamente o seu descontentamento no Telegram sobre a rapidez com que as forças de Kyiv tomaram o território russo. Anastasia Kashevarova, uma das bloggers militares, descreveu a situação como “um inferno na Terra” e sugeriu que o ataque tinha sido longamente planeado. “Sabíamos que as Forças Armadas da Ucrânia iriam para a Oblast de Kursk. Sabíamos que estavam a concentrar forças. Sabíamos de tudo, como sempre, os rapazes no terreno reportaram, mas os superiores não fizeram nada”, escreveu Kashevarova.

Outro blogger militar, Ravreba, criticou o que considerou ser uma “total desconsideração pelo estado de guerra em Moscovo” e lamentou que “para o novo Ministro da Defesa seja mais conveniente calcular quanto os avós roubaram do que responsabilizar generais que só agem quando estão a ser pressionados com um chicote e um machado”.

Sergey Mardan, propagandista do Kremlin, também descreveu a incursão como “caos” durante um programa que apresentou no Solovyov Live, poucos dias após o início do ataque.

Bill Browder, crítico do Kremlin e financista britânico-americano que se autodescreve como o “Inimigo Número 1 de Putin”, afirmou em entrevista à Times Radio que a incursão foi “humilhante” para Putin. “Acho que este é um desenvolvimento dramático que, tanto simbolicamente como militarmente, tem enormes implicações. Simbolicamente, isto faz Putin parecer fraco”, disse Browder, CEO e cofundador da Hermitage Capital Management, o consultor de investimentos do Hermitage Fund, que já foi o maior investidor estrangeiro de portefólio na Rússia. “Esta é a guerra que ele iniciou e que agora resultou na perda de uma parte da Rússia. E dependendo de como isto se desenrolar, de quanto tempo [a Ucrânia] conseguir manter o território, se conseguirem conquistar mais território, será ainda mais humilhante para Putin”, concluiu Browder.

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