Ucrânia prepara “operação séria” na Crimeia, garante chefe das secretas de Kiev

Kyrylo Budanov, chefe da Direção Principal de Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia, garantiu esta segunda-feira que os ataques de sabotagem ucranianos no Mar Negro são preparativos para uma “operação séria” na Crimeia. No documentário “Guerra pelo Mar: Do Dnipro à Crimeia”, o responsável ucraniano salientou que as operações são um teste “correção das afirmações sobre as formas de aproximação e saída de lá”.

De acordo com o chefe dos serviços de inteligência, esta é “uma boa mensagem” para os ucranianos na Crimeia ocupada há 10 anos. Muitos acreditam que foram esquecidos”, disse Budanov.

O tenente-general Kyrylo Budanov congratulou-se sobre os recentes ataques ucranianos à premiada frota de Vladimir Putin no Mar Negro, com a destruição de navios russos. O exemplo mais recente é o naufrágio do navio patrulha ‘Sergey Kotov’, no passado dia 5.

Este domingo, os meios de comunicação russos Fontanka e Izvestia anunciaram que o almirante Nikolai Evmenov foi demitido e substituído por Alexander Moisseyev, até agora chefe da Frota do Norte.

“Existem decretos confidenciais. Não os posso comentar. Não houve decretos públicos sobre este assunto”, respondeu o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, sobre Evmenov, citado pela agência francesa AFP.

A nomeação de um novo comandante da frota russa é normalmente anunciada por decreto presidencial.

A confirmar-se a substituição, trata-se de uma importante remodelação no seio do comando militar russo.

Em dois anos de guerra, a Ucrânia obteve uma série de êxitos no Mar Negro que permitiram a reabertura de um corredor marítimo para a exportação dos seus cereais, desafiando as ameaças de bombardeamento da Rússia.

O Exército ucraniano afirmou, no início de fevereiro, que cerca de um terço dos navios de guerra russos tinham sido desativados na zona.

De acordo com a sua biografia oficial, o almirante Nikolai Evmenov, 61 anos, é o responsável por toda a frota russa desde maio de 2019.

Antes disso, Evmenov, um submarinista, tinha sido comandante da Frota do Norte.

A Crimeia, uma península anexada por Moscovo em 2014, é também regularmente atingida por ataques ucranianos aéreos, marítimos e de ‘drones’ com mísseis, uma vez que é importante para a logística das tropas russas.

No início de março, a Ucrânia anunciou a destruição do mais moderno navio de patrulha russo, o “Sergei Kotov”, atingido por ‘drones’ marítimos perto do estreito de Kerch, que liga a Crimeia à Rússia.

A operação foi reivindicada pelos serviços secretos militares ucranianos (GUR) com a cooperação da Marinha.

Entre outros sucessos, em setembro de 2023, a Ucrânia bombardeou o quartel-general da Frota do Mar Negro em Sebastopol, na Crimeia.

Na primavera de 2022, no início do conflito, conseguiu afundar o “Moskva”, o navio-almirante da frota russa.

Apesar dos êxitos no mar e depois do fracasso de uma contraofensiva no verão, a Ucrânia enfrenta uma nova ofensiva russa em zonas que tinha reconquistado, com Moscovo a anunciar no domingo a tomada de Avdiivka (Donetsk).

Kiev criticado as hesitações dos aliados ocidentais no fornecimento de armamento, designadamente por receio de que seja utilizado para atacar posições em território russo.

A guerra em curso foi desencadeada pela invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.

Desde então, Moscovo declarou como anexadas à Federação Russa as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, depois de ter feito o mesmo à Crimeia em 2014.

A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões.

Kiev exige a retirada russa do território da Ucrânia, incluindo a Crimeia, como pré-condição para eventuais conversações de paz.

Desconhece-se o número de baixas civis e militares da guerra, que entrou no terceiro ano, mas diversas fontes, incluindo a ONU, admitem que será elevado.

Ler Mais





Comentários
Loading...