Ucrânia: Ocupantes russos dizem que 12 mil pessoas foram retiradas da região de Zaporijia

As autoridades de ocupação russas na região de Zaporijia, no sudeste da Ucrânia, disseram hoje que cerca de 12 mil cidadãos foram retirados na evacuação de localidades próximas da linha da frente anunciada em 5 de maio.

“Cerca de 4.000 pessoas chegaram à cidade de Berdyansk. São cidadãos que chegaram de forma organizada em autocarros. Crianças com pais ou acompanhantes, idosos e pacientes de instituições médicas”, explicou Sergei Tolmachev, vice-governador da região anexada pela Rússia.

Tolmachev acrescentou que, para além destes, 8.000 residentes chegaram por conta própria a territórios também controlados pelas forças russas, que ocupam cerca de 70% do território de Zaporijia, província vizinha de Kherson, controlada pelas forças ucranianas.

No dia 7 de maio, o governador interino colocado na região pelo Kremlin, Yevgeny Balitsky, disse, no Telegram, que 1.679 pessoas tinham sido retiradas da linha da frente, incluindo 660 menores e 230 cidadãos com doenças psiquiátricas.

Balitsky afirmou que a população teve de ser retirada devido à intensificação de bombardeamentos pelas tropas ucranianas.

A Ucrânia caracterizou estas operações como “transferência forçada” de mais de 70.000 cidadãos.

Entre as cidades sujeitas a evacuação está Energodar, onde está localizada a central nuclear de Zaporijia, a maior da Europa, e Tokmak, um importante centro de comunicações, onde a Rússia teme ataques no âmbito da possível contra-ofensiva ucraniana.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 441.º dia, 8.791 civis mortos e 14.815 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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