Ucrânia: NATO considera referendos da Rússia “uma escalada” da guerra. EUA “nunca reconhecerão” as anexações
O Secretário-Geral da NATO afirmou, esta terça-feira, que os referendos que a Rússia está a planear para legitimar a anexação das regiões ucranianas de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporíjia são “mais uma escalada da guerra de Putin”.
“Os referendos fraudulentos não têm legitimidade e não alteram a natureza da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia”, escreveu Jens Stoltenberg no Twitter.
Sham referendums have no legitimacy & do not change the nature of #Russia’s war of aggression against #Ukraine. This is a further escalation in Putin’s war. The international community must condemn this blatant violation of international law & step up support for Ukraine. pic.twitter.com/NdcN3tO6Sy
— Jens Stoltenberg (@jensstoltenberg) September 20, 2022
“A comunidade internacional deve condenar esta violação flagrante do direito internacional e agir para apoiar a Ucrânia”, apelou.
Por outro lado, mas no mesmo tom, os Estados Unidos já garantiram também que nunca irão legitimar as anexações da Rússia de territórios que pertencem à Ucrânia.
Numa conferência de imprensa, o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, salientou que “os EUA nunca reconhecerão as reivindicações da Rússia sobre partes da Ucrânia” que estão atualmente sob controlo das forças de Moscovo.
“Estes referendos são uma afronta aos princípios da soberania e integridade territorial que servem de suporte ao sistema internacional”, sentenciou o responsável, acrescentando que a manobra russa acontece porque são cada vez mais “os líderes mundiais que se distanciam da Rússia”.
Estas declarações surgem depois de as administrações militares instaladas pelo Kremlin nas regiões de Kherson, Zaporíjia, Luhansk e Donetsk terem informado que estão as ser feitos todos os preparativos para que os referendos à sua integração na Rússia possam acontecer entre 23 e 27 de setembro.
Esta tarde, o Presidente russo deverá falar à população pela primeira vez desde o início da guerra, a 24 de fevereiro passado, com todas as informações a apontarem para que aborde o assunto dos referendos, no que a ‘Sky News’, considera que será um “momento muito sério”, numa altura em que “sondagens duvidosas” parecem indicar que 90% da população nos territórios em causa defendem a integração na Rússia.