Macron avisa que tudo “pode desmoronar-se rapidamente” na Europa

Em uma entrevista à The Economist, o presidente francês, Emmanuel Macron, alertou para um perigo iminente na Europa, enfatizando a possibilidade de “as coisas desmoronarem-se rapidamente”, perante a situação de tensões exacerbadas. O aviso surge num momento em que a popularidade de Macron em França já teve melhores dias e as relações com a Alemanha têm enfrentado desafios.

Enquanto a Alemanha, juntamente com os Estados Unidos e o Reino Unido, excluiu a possibilidade de se envolver diretamente no conflito entre a Ucrânia e a Rússia, Macron sugeriu que o envio de tropas francesas e da NATO para a região ainda está em consideração. Segundo afirmou “todas as opções são possíveis”, acrescentando que o uso de mísseis Taurus na Ucrânia, uma opção mencionada anteriormente, foi descartado pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, devido ao receio de arrastar a Alemanha para um conflito armado.

As tensões em torno do possível envolvimento da NATO na Ucrânia têm sido evidentes, especialmente entre a França e a Alemanha. No entanto, Macron reiterou que a França está determinada a impedir que a Rússia prevaleça, mantendo uma postura de não-escalada.

Ainda assim, insiste que cautela dos aliados da Ucrânia em colocar tropas no terreno, “só vai encorajar a Rússia a avançar”. Macron considera que a Europa foi demasiado hesitante “ao definir os limites da nossa ação para alguém que já não os tem e que é o agressor”, referindo-se a Moscovo.

O presidente francês também destacou a necessidade de a Europa se tornar menos dependente dos Estados Unidos em termos militares, defendendo um debate sobre a criação de um novo quadro para a defesa europeia, que incluiria o Reino Unido e a Noruega. Ainda, Macron enfatizou a urgência de a Europa recuperar o atraso industrial em relação aos EUA e à China, especialmente nas áreas das energias renováveis e inteligência artificial, de forma a criar um “novo quadro para a defesa europeia”.

No entanto, Macron reconheceu os desafios que a Europa enfrenta em termos de fragilidade política e o trabalho necessário para tornar o continente mais seguro. Propôs medidas como duplicar os investimentos em pesquisa, desregulamentar a indústria e liberalizar os mercados de capitais como parte da solução para enfrentar esses obstáculos, sublinhando que, na questão industrial há um “fosso alarmante” entre EUA e China para responder.

Ler Mais