Ucrânia: Lavrov diz que plano de paz da China é o mais “razoável” para resolver o conflito

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, declarou esta quinta-feira que a China apresentou “o plano mais razoável até à data” para resolver o conflito na Ucrânia. Lavrov elogiou o plano chinês em entrevista à agência de notícias estatal russa RIA Novosti, destacando que o documento se baseia em uma análise profunda das causas do conflito e propõe medidas para eliminá-las.

“O mais importante para nós é que o documento chinês se baseia numa análise das razões do que está a acontecer e da necessidade de eliminar as causas profundas. Está estruturado numa lógica que vai do geral ao específico”, afirmou Lavrov.

Há mais de um ano, Pequim apresentou um documento de 12 pontos com princípios gerais para pôr fim à guerra na Ucrânia, mas sem entrar em detalhes concretos. Na época, o plano foi recebido com ceticismo tanto em Moscovo como em Kiev. No entanto, a visão no Kremlin parece ter mudado. “Este plano foi criticado por ser vago… Mas é um plano razoável que a grande civilização chinesa propôs para discussão”, disse Lavrov.

Segundo informações da Reuters, Lavrov planeia reunir-se em breve com o seu homólogo chinês. Além disso, o presidente russo, Vladimir Putin, indicou no mês passado que consideraria a possibilidade de visitar a China, o que seria o seu primeiro viagem ao exterior desde o início do seu novo mandato de seis anos.

O Kremlin tem afirmado repetidamente que está disposto a dialogar com a Ucrânia, mas insiste que as negociações devem refletir as “novas realidades” no terreno, onde as forças russas controlam menos de um quinto do país e Moscovo reivindicou quatro regiões ucranianas, ocupadas ilegalmente.

Por outro lado, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apresentou o seu próprio plano de paz, que exige o cessar-fogo e a retirada total das forças russas dos territórios ocupados. Lavrov descreveu o plano de Zelensky como um “menu do qual se pode tirar o que se quiser”, recusando todas as exigências de Kiev.

Também a Suíça propôs uma conferência baseada no plano de Zelensky, mas Moscovo já classificou a iniciativa como inútil e previu que falhará se a Rússia não participar.

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