Ucrânia deixa de ser “ponte” de gás russo para a Europa já em 2025. Qual o impacto no velho continente?

A gigante estatal russa Gazprom prevê que não haverá mais fluxo de gás para a Europa via Ucrânia após o dia 31 de dezembro, de acordo com o seu planeamento interno para 2025, revelam fontes próximas à empresa.

Este movimento ocorre após Kiev ter declarado a sua intenção de encerrar o acordo de trânsito, o que significaria o fim de mais de meio século de fornecimento de gás natural da Sibéria para os mercados europeus. A decisão representa uma significativa mudança nas relações energéticas entre a Rússia e a Europa, cujas exportações de gás têm sido uma importante fonte de receitas para Moscovo, revela a ‘Reuters’.

Embora a Ucrânia tenha afirmado que não renovará o contrato, o Kremlin deixou claro que está disposto a negociar a continuidade dos fluxos de gás pela rota ucraniana. O presidente russo, Vladimir Putin, expressou a disposição de Moscovo em manter o fornecimento de gás através do território ucraniano, caso as condições sejam favoráveis.

Após a guerra na Ucrânia, a Rússia perdeu praticamente todos os seus clientes europeus, enquanto a União Europeia tenta reduzir a sua dependência da energia russa. Além disso, o gasoduto Nord Stream, que ligava a Rússia à Alemanha, foi destruído numa explosão em 2022, acelerando essa transição.

A Gazprom, no seu planeamento para 2025, projeta uma redução significativa nas exportações de gás para a Europa e a Turquia, com uma queda de cerca de 20%, totalizando menos de 39 mil milhões de metros cúbicos, em comparação com os mais de 49 mil milhões de metros cúbicos previstos para 2024.

O fornecimento de gás para a Turquia, via oleodutos como o TurkStream e Blue Stream, deverá ser menos afetado, ao contrário do que ocorre com a rota ucraniana, que será encerrada.

A Gazprom não comentou oficialmente o planeamento divulgado, mas as projeções indicam uma transformação significativa no fornecimento de gás russo para a Europa, que estará em curso nos próximos anos, à medida que a Rússia procura novos mercados, como a China.

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