Ucrânia abre 9 mil processos-crime por fuga à mobilização para a guerra

A justiça ucraniana abriu cerca de 9 mil processos-crime contra pessoas que fugiram à mobilização para combater a invasão russa, segundo a lei marcial em vigor no país pelo menos até 14 de fevereiro.

A informação foi avançada pelo ministro do Interior Igor Klimenko, esta quinta-feira, precisamente o mesmo dia em que o parlamento ucraniano começa a estudar um novo diploma que baixa a idade mínima ara recrutamento miliar e castiga quem lhe escapar.

Do total de 9 mil processos-crime abertos, indicou o responsável, 2600 já foram encaminhados para tribunal.

A Comissão de Segurança e Defesa do parlamento ucraniano começa agora a estudar o projeto-lei apresentado pelo governo a 25 de dezembro, que tem como objetivo melhorar aspetos da mobilização, registo e serviço militar no país.

Algumas medidas têm gerado polémica entre deputados, já que o governo propôs várias restrições para quem não cumpra as suas obrigações de formação militar e mobilização para a guerra. Há penas de prisão previstas para quem não responda a convocatórias militares ou recusar submeter-se a exame médico para este fim.

O Executivo quer também baixar a idade de recrutamento dos atuais 27 para os 25 anos e introduzir formação militar básica para todos os cidadãos entre os 18 e os 25 anos, durante um período máximo de três meses.

Entra as proposta está também a proibição de que quem fuja às suas obrigações para com as Forças Armadas ucranianas não possa viajar para o estrangeiro, fazer transações de bens móveis e imóveis, conduzir ou tirar a carta de condução, pedir créditos bancários, receber apoios do Estado ou recorrer a serviços públicos.