Tusk diz que “Costa tem competências”, mas pede “clarificação pública” das questões legais e avisa que ‘luz verde’ do PPE não é certa

Em Bruxelas, durante uma cimeira do Partido Popular Europeu (PPE), Donald Tusk, ex-presidente do Conselho Europeu, comentou sobre a possibilidade de António Costa, ex-primeiro-ministro de Portugal, se tornar presidente do Conselho Europeu. Tusk reconheceu as qualidades de Costa, descrevendo-o como “um bom colega” nas cimeiras europeias, mas destacou a necessidade de clarificar questões legais antes de qualquer apoio formal.

Donald Tusk, ao ser questionado pelo Diário de Notícias (DN), enfatizou a importância de esclarecer o contexto legal em torno da candidatura de Costa: “O que precisamos é clarificar o contexto legal. Sabe do que estou a falar? Qual é a situação legal agora?”, afirmou o político polaco. Durante os quatro anos em que trabalhou em Bruxelas com Costa, Tusk lembra-se dele como um “primeiro-ministro bastante eficaz e eficiente”. “Ainda me lembro de António Costa como um bom colega do Conselho Europeu e, certamente, um primeiro-ministro bastante eficaz e eficiente. Ele tem competências, sim”, declarou Tusk à entrada para a cimeira do PPE, quando questionado sobre se o ex-primeiro-ministro reúne as qualidades para liderar a instituição.

Uma fonte europeia, citada pelo DN, destacou que o apoio do primeiro-ministro português, Luis Montenegro, a António Costa foi um “ponto de viragem significativo” nas negociações e nas futuras decisões. “O apoio governamental a António Costa, anunciado pelo primeiro-ministro Luis Montenegro, foi considerado um ponto de viragem significativo, influenciando o andamento das negociações e as decisões futuras”, afirmou a fonte.

No entanto, dentro do PPE, que reúne quase metade dos chefes de estado ou de governo do Conselho Europeu, ainda há incerteza sobre a configuração final dos cargos. Gabrielius Landsbergis, ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, afirmou que é cedo para fechar o puzzle dos cargos de topo, embora Costa esteja nas discussões. “Acho que é a forma como está apresentado. Claro que ainda não é final, certo? Portanto, é um pouco cedo para confirmar qualquer coisa, antes mesmo de a reunião começar. Mas acho que há uma boa noção de como as coisas se devem começar a parecer”, disse Landsbergis à entrada para a reunião do PPE.

Landsbergis também admitiu a urgência em concluir as negociações devido à “incerteza na Europa e noutros lugares”, o que pressiona para decisões rápidas. “Isso empurra-nos realmente a tomar decisões rapidamente”, disse o ministro lituano.

A reunião informal do Conselho Europeu, que começará às 18:00, contará com a presença da presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola. O objetivo é discutir os resultados das recentes eleições e a nova composição do Parlamento.

Roberta Metsola dará uma interpretação dos resultados eleitorais e a sua visão sobre o impacto no Parlamento Europeu. Espera-se que esta parte da reunião seja breve. Após a saída de Metsola, Ursula von der Leyen permanecerá para discutir os resultados das eleições e apresentar a perspetiva do PPE aos líderes presentes.

Numa segunda fase, von der Leyen será convidada a sair para permitir uma “conversa franca” entre os 27 sobre a distribuição dos cargos institucionais. Serão abordados nomes e parâmetros para as principais posições, como as presidências do Parlamento Europeu e as vice-presidências da Comissão Europeia. “Serão abordados os nomes e parâmetros para as principais posições, como as presidências do Parlamento Europeu e as vice-presidências da Comissão Europeia”, afirmou uma fonte europeia.

Expetativas para a cimeira
Embora não se espere uma conclusão definitiva na reunião de hoje, a intenção é que o processo seja ágil. “A intenção é que este processo seja ágil, embora não se espere uma conclusão definitiva hoje”, acrescentou a fonte. No entanto, esta fonte conhecedora das negociações admitiu que “alguns países desejam alcançar um entendimento preliminar”, devendo “todos os nomes ser anunciados simultaneamente” quando houver uma decisão fechada, podendo não ser ainda na noite desta segunda-feira. O presidente do Conselho deverá ficar encarregado de manter os contatos necessários para marcar uma data e formalizar as decisões, na cimeira de 27 e 28 de junho.

Este período será crucial para definir a futura liderança das instituições europeias, com António Costa a emergir como uma figura central nas discussões.

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