Turismo nacional com quebras “históricas” de 97% em abril
A actividade turística teve uma «expressão praticamente nula» em Abril, traduzindo em força os efeitos da pandemia, numa altura em que o país estava em estado de emergência (de 19 de Março a 2 de Maio), segundo o Instituto Nacional de Estatística.
Dados do INE, divulgados esta quarta-feira, mostram que, o sector do alojamento turístico registou 60,1 mil hóspedes nesse mês e 175,5 mil dormidas, o que corresponde a variações negativas de 97,4% e 97%, respectivamente.
Em Abril, os portugueses (peso de 66,7%) contribuíram com 117,0 mil dormidas, o que representa um decréscimo de
93,0%, enquanto as dormidas de estrangeiros foram menos 98,6%, fixando-se em 58,5 mil.
Por sua vez, a totalidade dos dezasseis principais mercados emissores, como o Reino Unido e Alemanha, registou decréscimos expressivos em Abril, superiores a 95%, tendo representado 75,8% das dormidas de não residentes nos estabelecimentos de alojamento turístico,
«O perfil dos poucos turistas que pernoitaram nos estabelecimentos de alojamento turístico neste mês foi diferente do
habitual, tendo sido reportadas ao INE diversas situações, como por exemplo de hóspedes que ficaram retidos em
Portugal sem possibilidade de regressarem ao seu país de residência, ou de pessoas que, por motivos profissionais,
tiveram de se deslocar no país e pernoitar fora do seu local de residência», ressalva o gabinete de estatísticas nacional.
O INE faz também notar que, devido ao estado de emergência, cerca de 83,1% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes.
As dormidas na hotelaria (54,6% do total) encolheram 98,1%, enquanto nos estabelecimentos de alojamento local (peso de 40,4% do total) diminuíram 91,4% e as de turismo no espaço rural e de habitação (quota de 5,0%) 94,2%. As dormidas em hostels também registaram uma queda, desta feita de 92,7% em Abril, representando 19,9% das dormidas em alojamento local e 8,0% do total de dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico.
Por regiões, apesar de todas terem registado decréscimos das dormidas superiores a 90%, as maiores reduções a
verificarem-se nos Açores (-99,9%) e Madeira (-99,1%).
Por outro lado, a estada média (2,92 noites) aumentou 13,7%. A estada média dos residentes aumentou 35,5% e a dos não residentes cresceu 31,3%. Já a taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (7%) recuou 41,4 pontos percentuais.
Ainda em Abril, os proveitos totais afundaram -98,3% (-59,9% em Março), situando-se em 5,7 milhões de euros. Por sua vez, os proveitos de aposento fixaram-se em 5,0 milhões de euros, diminuindo 98,0% (-59,7% no mês anterior). Na hotelaria, os proveitos totais e de aposento diminuíram 98,8% e 98,5%, respectivamente.
*Notícia actualizada às 11:23