Tudo de olhos postos no BCE. Quando teremos a próxima descida das taxas de juro? Resposta pode ser dada hoje

O Banco Central Europeu (BCE) volta a reunir-se esta quinta feira para a reunião de política monetária de julho, depois de em junho ter dado a notícia mais aguardada do ano, diminuindo as taxas de juro de referência para a Zona Euro em 25 pontos-base.

Deste modo, a taxa de juro das operações principais de refinanciamento, a taxa da facilidade permanente de cedência de liquidez e a taxa da facilidade permanente de depósito encontram-se nos 4,25%, 4,50% e 3,75%, respetivamente.

Esta foi a primeira descida desde março de 2016, tanto para a taxa das operações principais de refinanciamento como para a taxa da facilidade permanente de cedência de liquidez, enquanto que, para a taxa de depósito, foi a primeira redução desde setembro de 2019.

Agora, os olhos dos mercados estão apontados a esta reunião, na esperança que o organismo liderado por Christine Lagarde anuncie novidades sobre a próxima descida das taxas de juro na Zona Euro.

“As comunicações na reunião de julho do BCE, serão o principal foco dos mercados”, sublinhou David Brito, Diretor-Geral da Ebury, em declarações à Executive Digest.

Ricardo Evangelista, CEO da ActivTrades Europe, não antecipa que sejam anunciados mais cortes na taxa de juros até, pelo menos, setembro. “A minha expetativa é de que Lagarde mantenha uma postura cautelosa, continuando a falar do progresso obtido na luta contra a inflação, mas mantendo o foco nos ventos contrários que sopram na economia global e nos riscos que estes representam. Será com certeza reafirmada a intenção de continuar a tomar decisões de reunião em reunião, com base nos dados que forem saindo”.

Por sua vez, Vitor Madeira, analista da XTB, explica que “depois de uma retórica mais restritiva por parte de Christine Lagarde na última reunião, os dados macroeconómicos europeus apresentam dois “confrontos”. Por um lado, vemos uma inflação que teima em não descer de forma sustentável, com os dados do IHPC de junho a mostrarem uma estagnação nas descidas de inflação fixando-se nos 2.5% e na inflação subjacente em 2.9%, valores que continuam a mostrar a resiliência da inflação e que ainda não estão no objetivo do BCE. Por outro lado, a economia europeia, nomeadamente a França e a Alemanha, continuam a mostrar debilidades na sua capacidade produtiva, estando o crescimento económico em causa”.

 

O que esperar até ao final do ano?

Vitor Madeira acredita que é possível que o BCE fale sobre novas descidas da taxa de juro. “Nesta altura, o mercado ainda espera mais duas descidas da taxa de juro até ao final do ano de 2024”.

O especialista recorda que o IPC final da Zona Euro para junho foi de 2,5%, em linha com as expectativas e com a leitura anterior. O IPC final mensal foi de 0,2% – também sem surpresa.

Fonte: Eurostat, Macrobond, XTB Research

Já Ricardo Evangelista acredita que, “s não ocorrerem surpresas, a minha expetativa é de que, até ao fim do ano, tenhamos mais dois cortes nas taxas de juro, em setembro e dezembro, cada um de 0.25%”.

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