Trump pode entrar em negociações diretas com Kim Jong-Un em novo esforço diplomático para aliviar tensão, avança ‘Reuters’
A equipa de transição do presidente eleito, Donald Trump, está a discutir a possibilidade de negociações diretas com o líder norte-coreano, Kim Jong-Un, para sustentar um novo impulso diplomático que possa reduzir os riscos de um conflito armado, avançou esta quarta-feira a agência ‘Reuters’.
Esta abordagem direta de Trump visa construir uma relação que já existe e que possa ‘quebrar o gelo’ com o ditador norte-coreano, depois dos esforços diplomáticos durante o seu primeiro mandato: no entanto, ainda não foi tomada uma decisão final pelo presidente recém-eleito.
Não é claro que reciprocidade vai Kim oferecer a Trump. Recorde-se que a Coreia do Norte ignorou quatro anos de esforços do presidente Joe Biden para iniciar negociações sem pré-condições: atualmente, Kim Jong-Un está encorajado por um arsenal de mísseis alargado e uma relação muito mais próxima com a Rússia.
“Já fomos o mais longe que pudemos nas negociações com os Estados Unidos”, apontou Kim Jong-Un, num discurso numa exposição militar em Pyongyang, na semana passada.
Durante a sua presidência, entre 2017 e 2021, Trump manteve três reuniões com Kim, em Singapura, Hanói e na fronteira com a Coreia, a primeira vez que um presidente dos EUA em exercício pôs os pés no país. A sua diplomacia não produziu resultados concretos, mesmo quando Trump descreveu as suas conversações como “apaixonadas”. Os EUA apelaram à Coreia do Norte para abandonar as suas armas nucleares, enquanto Kim exigiu o alívio total das sanções.
Trump herdará uma situação cada vez mais tensa com Kim quando regressar à Casa Branca em janeiro, como fez em 2017, numa atmosfera que os aliados esperam que o novo presidente enfrente de frente. “A minha experiência com o presidente Trump é que é muito mais provável que esteja aberto ao envolvimento direto”, apontou o senador americano Bill Hagerty, um aliado de Trump, em entrevista à ‘Reuters’. “Estou otimista de que podemos ver uma melhoria na relação e talvez uma postura diferente adotada por Kim Jong-Un se esse diálogo for reaberto novamente.”