Trump ataca juiz de Nova Iorque e filha após ordem de silêncio

O magnata republicano criticou, em particular, o que considerou uma foto enganosa publicada pela filha do juiz nas redes sociais, que o mostrava atrás das grades.

Trump, o presumível candidato republicano às presidenciais de novembro, publicou nas redes sociais que a ordem de silêncio emitida na terça-feira era “ilegal, antiamericana, inconstitucional”.

O republicano referiu que o juiz Juan M. Merchan estava “a tentar injustamente” privá-lo do direito da Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, de “falar abertamente contra o ‘armamento’ [weaponization, em inglês] da aplicação da lei” pelos rivais democratas.

A ordem de silêncio, solicitada pela procuradoria, proíbe Trump de fazer ou instruir outras pessoas a fazerem declarações públicas em seu nome sobre jurados e possíveis testemunhas no julgamento por alegados pagamentos irregulares a uma atriz pornográfica em 2016, com início previsto a partir de 15 de abril.

Também proíbe quaisquer declarações destinadas a interferir ou assediar os funcionários do tribunal, a equipa do Ministério Público ou as suas famílias, noticiou a agência Associated Press (AP).

A ordem de silêncio não proíbe comentários sobre Merchan ou a sua família, nem proíbe críticas ao procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, o democrata eleito cujo gabinete está a processar Trump.

A filha de Merchan, cuja empresa trabalhou em campanhas para o Presidente Joe Biden e outros democratas, “ganha dinheiro a trabalhar para ‘apanhar Trump'” e recentemente publicou uma foto falsa nas redes sociais a retratar o seu “objetivo óbvio” de vê-lo atrás das grades, sublinhou o ex-presidente.

Para Trump, estas circunstâncias tornam “completamente impossível obter um julgamento justo”.

Trump não publicou um ‘link’ para a alegada foto, mas uma conta que parecia pertencer a Loren Merchan no X, antigo Twitter, mostrava hoje de manhã uma ilustração fotográfica de um Trump preso como foto de perfil. Mais tarde foi alterada. A empresa de consultoria de Loren Merchan tinha associado esta mesma conta numa publicação anterior nas redes sociais.

“Então, deixem-me ver se entendi (…) a filha do juiz tem permissão para publicar fotos do seu ‘sonho’ de me colocar na prisão… mas eu não tenho permissão para falar sobre os ataques contra mim, e [sobre] os Lunáticos que tentam destruir a minha vida e impedir-me de vencer as eleições presidenciais de 2024, que estou a dominar?”, questionou Trump na sua rede social, Truth Social.

A procuradoria de Manhattan acusou o ex-presidente de 34 crimes relacionados com os 130 mil dólares que pagou à atriz pornográfica Stormy Daniels durante a campanha presidencial de 2016, para esconder um alegado caso extraconjugal, pagamentos que Trump escondeu com a colaboração do então advogado na altura, Michael Cohen.

Além do processo em Nova Iorque, Trump enfrenta um processo em Washington por tentativa de anulação ilegal dos resultados das eleições de 2020.

Está também marcado para 20 de maio o julgamento na Florida, no qual Trump é acusado de ter armazenado ilegalmente material confidencial na sua mansão em Mar-a-Lago.

Há também o caso em que a Procuradoria do Condado de Fulton (Geórgia) acusa Trump de tentar subverter os resultados eleitorais de 2020 naquele Estado.

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