Triplo homicídio em Lisboa gera ameaças e promessas de vingança nas redes sociais. Famílias e amigos das vítimas alertam para “consequências”
O triplo homicídio que abalou a Penha de França, em Lisboa, não só gerou um profundo choque em todo o país, como deu origem a uma onda de reações explosivas nas redes sociais. Imagens e vídeos do crime brutal, ocorrido na tarde de ontem, começaram a circular rapidamente em plataformas como o WhatsApp, exibindo o horror da cena, enquanto mensagens de vingança e ameaças proliferavam entre amigos das vítimas e outros utilizadores.
Logo após a chegada da Polícia ao local, fotografias e vídeos gráficos começaram a ser amplamente partilhados nas redes sociais, particularmente no WhatsApp. As imagens, sem qualquer tipo de filtro ou censura, mostravam os corpos das três vítimas—Carlos Pina, o barbeiro dono do estabelecimento, e o casal Bruno Neto e Fernanda Júlia—que foram mortos a tiro à porta da barbearia.
Em várias das imagens, era possível ver que as vítimas tinham sido executadas com tiros na cabeça, num ato de extrema violência. Um dos vídeos mais perturbadores mostrava um dos corpos ainda a mexer-se, numa luta desesperada pela vida. Esta exibição crua dos cadáveres rapidamente se espalhou, chegando não só a amigos e familiares das vítimas, mas também a um público muito mais alargado, que foi atingido pela brutalidade das imagens.
Impacto e reações nas redes sociais
À medida que as imagens circulavam, também as reações começaram a surgir em força, principalmente nas redes sociais. Segundo informações a que a Executive Digest teve acesso, o choque inicial rapidamente deu lugar a uma onda de promessas de vingança por parte de amigos e conhecidos das vítimas, especialmente de Carlos Pina, uma figura muito estimada na comunidade. Multiplicaram-se mensagens de ódio, muitas delas dirigidas não só ao suspeito do crime, mas também aos seus familiares.
Entre as publicações, surgiram ameaças explícitas de retaliação, alimentadas pela fúria e pelo sofrimento causado pela tragédia. Amigos próximos de Carlos Pina, em particular, expressaram a sua revolta, prometendo vingança contra o autor do crime e contra quem o tenha ajudado a escapar.
As mensagens também foram direcionadas para a família do principal suspeito, que vive perto da barbearia onde ocorreram os homicídios. Alguns dos familiares do suspeito foram acusados de terem auxiliado na sua fuga, o que gerou uma escalada nas ameaças. Em resposta a estas reações, a família do suspeito abandonou o bairro logo após o crime, temendo represálias físicas.
O ambiente de tensão foi intensificado por publicações que partilhavam fotos e perfis de Facebook do suspeito, bem como de outras pessoas alegadamente ligadas a ele. Algumas contas de extrema-direita chegaram a divulgar cartazes no estilo “procura-se”, com imagens dos homens que estarão em fuga. A ameaça de vingança tornou-se ainda mais real quando, na noite de quarta-feira, várias carrinhas associadas à família do suspeito foram incendiadas, num claro sinal de que as promessas de retaliação poderiam passar a atos concretos.
As autoridades estão a par destas ameaças e mantêm-se no local, tentando evitar confrontos entre os familiares das vítimas e os do suspeito. Apesar de as ameaças terem inicialmente circulado apenas nas redes sociais, o incidente das carrinhas incendiadas elevou o alerta, levando a Polícia a reforçar a presença na zona para controlar eventuais atos de violência.