Tráfico sexual, corrupção e drogas: Câmara dos Representantes decide hoje divulgar relatório sobre escolha de Trump para liderar a lei federal nos EUA

Os membros da Comissão de Ética da Câmara dos Representantes vão reunir-se esta quarta-feira para votar uma eventual divulgação pública do relatório sobre alegações de tráfico sexual, corrupção e consumo de drogas contra Matt Gaetz, a escolha de Donald Trump para liderar o Departamento de Justiça como procurador-geral.

O comité devia ter ido a votos na passada sexta-feira: no entanto, Gaetz ‘antecipou-se’, ao renunciar ao seu lugar no Congresso poucas horas depois de Trump o ter indicado para o papel de principal agente da lei federal nos Estados Unidos.

O republicano da Flórida sempre manteve uma relação conflituosa com o Departamento de Justiça, tendo mesmo acusado de se ter “armado” contra Trump e outros conservadores: com esta nomeação, Gaetz seria capaz de moldar o Departamento de Justiça de dentro, modificando a instituição e os seus organismos de aplicação da lei, incluindo o Federal Bureau of Investigation; o Bureau of Alcohol, Tobacco, Firearms and Explosives; e a Drug Enforcement Administration, para se adequarem à sua visão — e à de Trump.

Em abril de 2021, a Comissão de Ética da Câmara dos Representantes — onde têm lugar cinco congressistas do Partido Republicano e cinco do Partido Democrata, com os republicanos a terem o voto de desempate por estarem em maioria na câmara baixa do Congresso dos EUA — abriu um inquérito sobre suspeitas de que Gaetz tinha pago a uma menor para se deslocar à Florida, a partir de um outro estado, com a finalidade de participar numa festa com sexo e drogas.

A comissão também investigou alegações de que Gaetz recebeu ofertas com valores acima do que é permitido por lei, e que tinha o hábito de mostrar a outros colegas, no Congresso, fotografias de mulheres nuas e durante atos sexuais.

O presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, defendeu, na passada sexta-feira, que o comité não devia divulgar as conclusões da sua investigação sobre Matt Gaetz, agora que o republicano da Florida já não é membro do Congresso. “Acredito que é muito importante manter a tradição da Câmara de não emitir relatórios éticos sobre pessoas que já não são membros do Congresso”, disse Johnson, que considera que seria aberta “uma caixa de Pandora” com a revelação do documento.

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