Trabalhadores do Metro de Lisboa podem suspender greves de dezembro se obtiverem resposta às reivindicações

Os sindicatos representativos dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa admitiram hoje que as greves parciais de 03 e 10 de dezembro podem ser suspensas se obtiverem uma resposta positiva do conselho de administração às suas reivindicações.

Os sindicatos foram hoje recebidos no Ministério das Infraestruturas e da Habitação, não pelo ministro Miguel Pinto Luz, ou pela secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, mas pelo antigo deputado do CDS-PP, Hélder Amaral, agora técnico no gabinete.

À Lusa, Paulo Machado, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), explicou que a reunião foi considerada de trabalho, pelo que os representantes dos trabalhadores foram recebidos por Hélder Amaral em nome do Governo.

“O Governo tomou nota e será reportado ao ministro as questões reportadas pelos trabalhadores do Metro, nomeadamente o pagamento das variáveis e abertura do regulamento de carreiras, entre outras matérias afloradas”, explicou.

Segundo o sindicalista, o Governo “ficou de avaliar a situação” e ter uma conversa com o Conselho de Administração “para eventual resolução de conflito”.

Desta forma, Paulo Machado adiantou que os sindicatos “estarão disponíveis para rever a sua posição em relação à greve, com a eventual suspensão, se houver efetivamente uma resolução, senão terão de continuar”.

A greve está marcada para terça-feira, dia 03 de dezembro, e, caso os sindicatos não obtenham resposta, “a greve manter-se-á”.

“Se houver uma resposta positiva que permita que os trabalhadores acreditem no que lhes está a ser dito, a greve será suspensa. Estamos nas mãos da tutela e do Conselho de Administração”, sustentou.

Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa têm agendadas novas greves parciais para 03 e 10 de dezembro, entre as 05:00 e as 10:00, devido à falta de resposta da empresa às revindicações apresentadas.

Os trabalhadores exigem à transportadora os pagamentos das denominadas variáveis, ou seja, trabalho suplementar e feriados, e o cumprimento do Acordo de Empresa.

Os trabalhadores cumpriram duas greves parciais em 06 e 14 de novembro, que tiveram uma adesão a rondar os 90%, levando ao encerramento de todas as estações.

Numa reunião recente com o Conselho de Administração do metro de Lisboa, Sara Gligó, da Fectrans, disse que “o conselho de administração assumiu com os trabalhamentos que pagaria este ano as variáveis referentes a 2023 e 2024 e isso não aconteceu”.

O Metropolitano de Lisboa esclareceu na altura que sempre pagou “todas as remunerações” e ainda não dispõe de decisões judiciais que permitam alterar as remunerações.

Numa nota, o ML informou que “sempre cumpriu o pagamento de todas as remunerações devidas aos seus trabalhadores, nos termos da lei e dos respetivos acordos da empresa, designadamente no que respeita ao trabalho suplementar”, em dias de descanso e “demais remunerações variáveis”.

“Não existe qualquer dívida ou pagamento em atraso no Metropolitano de Lisboa E.P.E. aos seus trabalhadores”, lê-se na nota.

Ler Mais





Comentários
Loading...