Trabalhadores do metro de Lisboa marcam greves parciais para 03 e 10 de dezembro

Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa marcaram novas greves parciais para 03 e 10 de dezembro, entre as 05:00 e as 10:00, devido à falta de resposta da empresa às revindicações apresentadas, segundo fonte sindical.

Com a paralisação, os trabalhadores querem exigir à transportadora os pagamentos das denominadas variáveis, ou seja trabalho suplementar e feriados, e o cumprimento do Acordo de Empresa, segundo a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).

Os trabalhadores cumpriram duas greves parciais a 06 e 14 de novembro, que tiveram uma adesão a rondar os 90%, levando ao encerramento de todas as estações.

Em declarações à agência Lusa, Sara Gligó, da Fectrans, contou que no intervalo das duas greves parciais, o conselho de administração do metro de Lisboa marcou uma reunião para tentar desmobilizar a greve de dia 14, mas que acabou por não surtir efeito.

“A solução apresentada pelo conselho de administração não é uma solução que esteja nas mãos das organizações sindicais. É uma solução jurídica no que diz respeito ao pagamento das variáveis. Queremos uma resolução de todas as matérias das variáveis de 2023 para a frente. O conselho de administração assumiu com os trabalhamentos que pagaria este ano as variáveis referentes a 2023 e 2024 e isso não aconteceu”, disse.

A sindicalista adiantou também que além do pagamento das variáveis, os trabalhadores querem a abertura do regulamento das carreiras.

“As nossas carreiras estão estagnadas desde 2009 e entendemos que os trabalhadores necessitam de ver as suas carreiras valorizadas, não só monetariamente mas também naquilo que é o seu desempenho profissional, naquilo que é a sua avaliação”, disse.

Na semana passada, o Metropolitano de Lisboa (ML), na sequência das greves parciais convocadas por sindicatos, esclareceu que sempre pagou “todas as remunerações” e ainda não dispõe de decisões judiciais que permitam alterar as remunerações.

Numa nota, o ML informou que “sempre cumpriu o pagamento de todas as remunerações devidas aos seus trabalhadores, nos termos da lei e dos respetivos acordos da empresa, designadamente no que respeita ao trabalho suplementar”, em dias de descanso e “demais remunerações variáveis”.

O conselho de administração do Metropolitano explicou que, “em 2021/2022, alguns trabalhadores”, com patrocínio de algumas organizações representativas, “interpuseram ações em tribunal reivindicando diversas correções ao cálculo dos montantes referentes ao subsídio de Natal, subsídio de férias e retribuições de férias”.

“Não existe qualquer dívida ou pagamento em atraso no Metropolitano de Lisboa E.P.E. aos seus trabalhadores”, lê-se na nota do metro.

No entendimento da administração da transportadora pública, atualmente, ainda “não existe a quantidade de decisões judiciais necessárias que permitam” ao Metropolitano “alterar o procedimento em vigor”.

Dos 31 processos em tribunal, apenas nove “têm decisão final”, dos quais quatro “ganhos integralmente pelo Metropolitano, que nos restante cinco foi “condenado parcialmente (em alguns casos numa pequena parte do requerido)”, acrescentou-se na nota.

A empresa referiu que “as organizações representativas dos trabalhadores recusaram a proposta do conselho de administração” para uma “reunião técnica”, destinada a “ultrapassar as divergências de interpretação das sentenças judiciais já conhecidas”.

As organizações sindicais reuniram-se com a administração da transportadora, mas consideraram que “aquilo que a empresa fundamentalmente queria era a suspensão” da greve “sem qualquer contrapartida”.

O Metropolitano de Lisboa opera diariamente com quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião). Normalmente, o serviço funciona entre as 06:30 e as 01:00.

 

 

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